Dólar recua e volta a ficar abaixo de R$ 5,20
Notas de dólar — Foto: pasja1000/Creative Commons
O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (13), conforme investidores seguiam à espera da primeira reunião no novo governo do Conselho Monetário Nacional (CMN) e da entrevista do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em meio a especulações sobre possível alteração nas metas de inflação do país.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana recuou 0,88%, vendida a R$ 5,1760. Veja mais cotações.
Na sexta-feira, a moeda havia recuado 1,07%, vendida a R$ 5,2220. Com o resultado de hoje, o dólar passou a acumular alta de 2,03% no mês. No ano, no entanto, ainda tem queda de 1,93%.
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O primeiro encontro do CMN, órgão responsável por definir os objetivos oficiais de inflação, no novo governo está agendado para quinta-feira (16). A reunião virá depois de notícias de que a equipe econômica estaria estudando antecipar uma revisão das metas de inflação do país e possivelmente elevar o alvo a ser buscado pelo Banco Central, com boatos de que o presidente da autarquia, Campos Neto, aceitaria a mudança.
Embora as metas de inflação oficiais do país sejam comumente definidas na reunião de junho do CMN, nada impede que os objetivos sejam alterados já no encontro desta semana.
Caso o Banco Central concorde com as alterações já na quinta-feira, investidores poderiam interpretar isso como fraqueza diante da pressão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem formado um coro insistente para reclamar do patamar elevado da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, e questionar a autonomia da autarquia.
Em meio a algum nervosismo do mercado antes da reunião, Campos Neto dará entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que irá ao ar a partir das 22h desta segunda-feira. O Banco Inter disse em nota que o mercado aguarda "seus comentários sobre os recentes ataques de Lula à sua pessoa e ao Bacen".
Os economistas do mercado financeiro elevaram as estimativas de inflação deste ano e também passaram a projetar uma queda menor da taxa básica de juros, a Selic.
Para este ano, a expectativa de inflação passou de 5,78% para 5,79% na nona alta seguida do indicador.
Em 2023, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% pelo CMN e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. Se confirmado, esse será o terceiro ano seguido de estouro da meta de inflação, ou seja, no qual o IPCA fica acima do teto fixado pelo sistema de metas. Em 2022, a inflação somou 5,79%.
Do lado dos juros, o Copom também vem sinalizando que deve manter a Selic em um patamar elevado por um período mais prolongado. O mercado financeiro aumentou a expectativa para a taxa básica de 12,50% para 12,75% ao ano para o fim de 2023.
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No exterior, investidores aguardam uma leitura da inflação norte-americana prevista para terça-feira (14), que pode oferecer mais pistas sobre a trajetória de aperto monetário do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA).
Isso porque uma inflação ainda pressionada nos EUA justificaria mais aumentos de juros por parte do Fed, o que tenderia a atrair recursos para o mercado de renda fixa norte-americano, aumentando a demanda por dólares.
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