'O Brasil gasta muito e gasta mal', afirma Simone Tebet
Simone Tebet, ministra do Planejamento — Foto: Adriano Machado/Reuters
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, considera que o Brasil, até aqui, "gasta muito e gasta mal".
No evento "Plano de Voo" da Amcham Brasil nesta segunda-feira (13), em São Paulo, a ministra afirmou que o seu ministério e o governo, de forma geral, precisam reavaliar todos os gastos, caso a caso, olhando para cada particularidade e entendo suas necessidades.
"Pior do que não gastar é gastar mal", avalia Tebet. Nesse sentido, a ministra ressaltou que vai avaliar as políticas públicas e os recursos que são destinados a cada área, mapeando se não há sobreposições de gastos, para evitar desperdícios e injetar dinheiro em ministérios e projetos que não vêm sendo priorizados, como o de Ciência e Tecnologia.
Segundo a ex-senadora, "o mundo está com apetite pelo Brasil", mas é necessário que o país "faça a sua lição de casa" de modo a realmente atrair capital estrangeiro. "Querem colocar dinheiro no Brasil, mas outros países também oferecem boas oportunidades".
De acordo com Tebet, "a reforma tributária é a 'vacina econômica' para o Brasil e terá todo o apoio do ministério (do Planejamento e Orçamento)".
A ministra acredita que há grandes chances de que a reforma seja aprovada até o final de 2023, mas que ainda não consegue estimar quantos meses serão demandados para sua apresentação ao Congresso Nacional.
A reforma, pontua Tebet, tem que garantir justiça tributária, ser neutra em relação a sua incidência e equilibrar cobranças sobre cada participante da sociedade.
Para a ministra, o Brasil não tem hoje os recursos suficientes para oferecer serviços públicos de qualidade para a população. A ex-senadora afirma que, justamente por isso, o atual governo, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, precisa trabalhar em parceria com o setor privado para que a sociedade tenha acesso a tudo aquilo que precisa.
Além do trabalho para fornecer serviços aos brasileiros, a ministra considera que o setor privado também deve ser levado em conta quando a pauta é social.
De acordo com a ministra, o Brasil precisa estar atento à questão fiscal, de forma a pensar na estabilidade econômica, mas não pode deixar de olhar para as questões sociais. Nesse sentido, além dos recursos do governo que auxiliam a parte da população mais necessitada, o ministério também pensa em linhas de financiamento e parcerias público-privadas.
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