Ibovespa fecha em alta com possível mudança na meta da inflação no radar

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Ibovespa — Foto: Freepik

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em alta nesta quarta-feira (15), na medida em que investidores continuavam a repercutir uma eventual mudança antecipada das metas de inflação.

Ao final do pregão, o Ibovespa avançou 1,62%, a 109.600 pontos. Veja mais cotações.

No dia anterior, o índice recuou 0,91%, aos 107.848 pontos. 💥️Com o resultado de hoje, o Ibovespa passou a acumular alta de 1,41% na semana. No mês e no ano, no entanto, ainda acumula perdas de 3,38% e 0,12%, respectivamente.

Depois de alguns dias de turbulência para os ativos brasileiros, em virtude da tensão institucional entre o governo e o Banco Central, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, fez acenos ao Planalto na terça-feira (14), ao afirmar que é justo o Executivo questionar o patamar elevado dos juros e que é trabalho do Banco Central esclarecer e melhorar a comunicação em meio a esse debate.

Agora, o mercado fica à espera da primeira reunião no novo governo do Conselho Monetário Nacional (CMN), na quinta-feira (16), em meio à possibilidade de que sejam discutidas mudanças para elevar as metas de inflação.

Perguntado se haverá debate sobre os objetivos de inflação na reunião do CMN, Campos Neto disse na terça-feira que será preciso aguardar para ter essa resposta, ressaltando que a prerrogativa de pautar e definir o tema é do governo.

Também nesta terça, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a revisão da meta de inflação não está na pauta do CMN. "Não está [na pauta]. Existe uma coisa chamada pré-Comoc, que define a pauta do CMN. Não está na pauta", afirmou.

Alguns especialistas consideram que, se o BC concordar com alterações na meta da inflação — principalmente na primeira reunião do ano —, o ato poderia ser interpretado como fraqueza da instituição diante da pressão do presidente Lula, que vem reclamando do atual patamar da Selic em 13,75% ao ano.

Lula teria avisado à equipe econômica que quer um aumento de 1 ponto percentual na meta de inflação de 2023, atualmente em 3,25%, e a redução da Selic para um patamar próximo de 12% até o fim do ano.

Depois dos entraves, profissionais respeitados pelo mercado financeiro se mostraram relativamente mais tranquilos a respeito de uma revisão de meta de inflação do que o consenso vigente do mercado até hoje.

Em evento do banco BTG Pactual, Rogério Xavier, da SPX Capital, Luis Stuhlberger, da Verde Asset Management, e André Jakurski, da gestora JGP, comentaram a questão, indicando que seria aceitável uma mudança. "Obviamente, a nossa meta está errada", afirmou Xavier.

Além disso, o ministro Fernando Haddad afirmou também nesta quarta que o anúncio da nova regra fiscal deve ocorrer em março. O ministro vinha falando anteriormente em apresentar a regra em abril.

Haddad ainda afirmou que não vê motivo para se preocupar com a relação entre a Fazenda e o Banco Central, e que as expectativas econômicas estão sendo contaminadas por ruídos.

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No exterior, dados da terça-feira mostraram que os preços ao consumidor nos Estados Unidos aceleraram em janeiro na comparação com o mês anterior, embora o aumento anual tenha sido o menor desde o final de 2023.

Pedro Paulo Silveira, diretor de gestão de recursos da Nova Futura Gestora, comentou que a inflação ainda pressionada nos EUA "coloca para os investidores a possibilidade bastante razoável de nós termos mais duas altas (de juros) nas próximas reuniões do Fed", o que "de fato muda um pouco a perspectiva que nós tínhamos até a semana passada" e ajuda a explicar a piora nos mercados tanto internacionais quando domésticos.

Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Isso favorece o dólar frente a outras moedas e impacta principalmente países emergentes, como o Brasil.

Na agenda corporativa, destaque para as ações do Nubank, que dispararam em Nova York após reportar lucro líquido ajustado de US$ 113,8 milhões para o quarto trimestre do ano passado ante US$ 63 milhões no terceiro trimestre e de US$ 3,2 milhões no mesmo período de 2023.

O número considera o efeito contábil do encerramento de um termo que previa pagamento de um bônus ao fundador David Vélez caso metas agressivas de valorização das ações do banco fossem alcançadas, chamado de CSA pelo Nubank.

Em termos líquidos, o lucro do Nubank, quinta maior instituição financeira do Brasil, foi de US$ 58 milhões nos três últimos meses do ano passado.

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