Seis escolas do Grupo Especial encerram os desfiles na Sapucaí nesta segunda

Imagem do desfile da Mangueira, que fechou a primeira noite do Grupo Especial — Foto: Ricardo Moraes/Reuters 1 de 1 Imagem do desfile da Mangueira, que fechou a primeira noite do Grupo Especial — Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Imagem do desfile da Mangueira, que fechou a primeira noite do Grupo Especial — Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Seis escolas encerram nesta segunda (20) os desfiles do Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro.

A apuração dos desfiles, que vai apontar a agremiação campeã deste ano, acontece na quarta-feira (22), na Praça da Apoteose, no Sambódromo. As seis primeiras colocadas voltam a pisar na Sapucaí, no dia 25, no Sábado das Campeãs. A última colocada é rebaixada para a Série Ouro.

Veja a ordem, definida em sorteio:

A escola de São Cristóvão vai usar a história de como o búfalo foi parar na Ilha de Marajó para, através do enredo, exaltar a cultura do Estado do Pará, com a presença, por exemplo, do carimbó.

O carnavalesco 💥️João Vitor disse que foram criadas mais de 30 esculturas de animais amazônicos, indianos e até mitológicos em alegorias que vão ajudar a contar a história da chegada do búfalo — originalmente indiano — ao Pará.

"São animais brasileiros da selva amazônica e que povoam lendas indígenas, como onça, corujas, tartarugas, botos e peixes, indianos, como os macacos dos templos indianos de Jaipur, e os monstros marinhos, das lendas que contam como os búfalos vieram parar no Brasil", explicou o carnavalesco.

Aliás, segundo João Vítor, este é com certeza o maior e mais trabalhoso carnaval produzido pela Tuiuti, que com carros grandes e ricos em detalhes e com acabamento impecável, bem ao estilo de Rosa Magalhães.

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A Portela vai cantar seu centenário com o enredo "O azul que vem do infinito", desenvolvido pelos carnavalescos 💥️Márcia e Renato Lage. O título do enredo já dá uma noção de como vem a Portela: com muito azul. E muito dourado. Afinal, nada melhor que ouro para simbolizar a realeza — é a primeira escola de samba a completar 100 anos e homenagear a orixá da escola, Oxum.

"Vai ser um carnaval grandioso, contando a história da grandeza da Portela, a escola com mais títulos, são 22, e toda emoção que esse desfile representa. O portelense tem muito orgulho de sua escola e sua história", disse Escafura.

Para acompanhar essa modernidade, a Portela vai trazer alegorias ainda maiores que as do desfile de 2022. Serão cinco carros alegóricos e um tripé. O abre-alas, onde vem a águia, vai ter três chassis.

"A escola vai desfilar imponente. A águia da Portela, que é o símbolo-mor do carnaval, vai ser muito bem representada. Para ela, o céu é o limite. E para a Portela, todo carnaval é para disputar o título."

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O enredo “Nessa festa, eu levo fé” levará para a Avenida um desfile sobre as celebrações de origem religiosa que há séculos fazem parte da cultura brasileira.

Se o enredo fala sobre festas, nada mais adequado que as fantasias sejam leves para que os componentes possam pular, dançar, brincar e se divertir. Pensando nisso, a Unidos de Vila Isabel, que traz de volta o carnavalesco Paulo Barros — que já fez por lá os desfiles de 2009 e 2018 —, vai convocar o público a cair na folia.

O diretor artístico da Vila Isabel, 💥️Fábio Costa, diz que, embora mais leve, o público vai reconhecer a marca de Paulo Barros na Avenida. Para falar das festas, o carnavalesco desenvolveu fantasias e alegorias bem alegres e muito coloridas, com uso de cores neon e cítricas.

"Depois de dois anos de um clima tenso por causa da pandemia, a Vila Isabel precisava levar leveza para o carnaval, sem cunho político ou crítica social. A escola queria que seu componente pudesse brincar, sambar, se divertir. E o enredo traz essa confraternização e a alegria que as festas proporcionam. A Vila vai entrar na Sapucaí para celebrar a vida", disse Costa.

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O carnavalesco Leandro Vieira classifica a história de seu enredo sobre Lampião como um “aperreio”: “Morreu. Foi para o Inferno. O Diabo não quis ele lá. Tentou ir para o Céu. São Pedro não deixou entrar. Vai parar em algum lugar”.

O cangaceiro Lampião andava cheio de cordões, anéis, com a roupa repleta de acessórios, bolsas com detalhes coloridos e, reza a lenda, até perfume francês. Se o Rei do Cangaço era também o senhor da ostentação, nada mais natural que que a Imperatriz Leopoldinense produzir um carnaval com cores vivas.

"Como representante da cultura popular, a Imperatriz foi buscar o que tem de brasilidade na história de Lampião. Não vamos julgar o que ele fez; vamos destacar a cultura sertaneja, através das roupas, da música, da dança e da literatura de cordel. Lampião era uma figura que tinha uma estética própria, exuberante, colorida, nada sombria. E é nesse universo nordestino que a Imperatriz vai mergulhar", disse o carnavalesco.

“Lampião é um personagem tão interessante da cultura brasileira que, independentemente de herói ou vilão, bom ou mau, criou a identidade do que é o homem nordestino”, sintetiza.

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Com o enredo "Brava gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência", dos carnavalescos 💥️Alexandre Louzada e André Rodrigues, a Beija-Flor de Nilópolis quer fazer uma provocação e uma convocação. E para isso, a escola vai abusar do azul e do dourado, as cores da realeza.

A provocação, segundo Louzada, é trocar o 💥️7 de setembro de 1822, data oficial da Independência do Brasil, pelo 💥️2 de julho de 1823, dia da Independência da Bahia. Ali se comemora a vitória de negros, índios, caboclos e mulheres sobre as forças coloniais, com a expulsão dos portugueses de Salvador.

"Até o 2 de julho, a Independência tinha sido na verdade uma troca de mãos da coroa. Saiu do rei de Portugal para o imperador D. Pedro. Mas o povo de verdade só veio a festejar e sentir os efeitos dessa independência um ano e quatro meses depois do Grito do Ipiranga. E mesmo assim, até hoje ainda não tem protagonismo lembrado nesse momento tão importante da nossa história", disse Louzada.

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A saga de 💥️Rosa Maria Egipcíaca, da tribo Courana, na África para o Rio, escravizada aos 6 anos de idade, no século 18, daria um livro. E foi isso que ela fez: foi a primeira mulher negra do país a escrever um livro no país, onde contou seu suplício. Se em vida ela sofreu todo tipo de privação, no Sambódromo ela vai ser coroada pela Unidos do Viradouro por seu pioneirismo, força e resiliência.

A escravizada que foi considerada bruxa pela Inquisição, mas aclamada pelo povo como santa, vai ter sua história contada no enredo "Rosa Maria Egipcíaca", do carnavalesco Tarcísio Zanon.

Diferentemente do que se pode imaginar, Tarcísio garante que não se trata de um enredo triste. Mas que mostra a força e a resiliência de uma mulher, negra, pioneira, que sofreu, mas não desistiu de sua missão. O enredo, embora trate de uma personagem do século 18, trata de temas bem atuais, como a militância das mulheres negras.

"A história de Rosa motiva muitas outras mulheres, diante de questões atuais bem difíceis, como a negação do protagonismo feminino preto. Atualmente, existem novas Rosas por aí, que insistem em brotar nesse solo árido que é o cotidiano", disse Tarcísio.

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💥️FICHA:

Seleção do Samba: Viradouro

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