Dólar fecha abaixo dos R$ 5,15, com expectativa por dados dos EUA

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O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (23), com dados dos Estados Unidos no radar de investidores.

A moeda norte-americana caiu 0,67%, cotada a R$ 5,1350. Veja mais cotações.

Na quarta-feira, o dólar registrou uma alta de 0,16%, vendido a R$ 5,1697. 💥️Com o resultado, a moeda passou a acumular alta de 1,22% no mês. No ano, entretanto, ainda tem queda de 2,71%.

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Investidores repercutem resultados da segunda leitura do PIB e pedidos de seguro-desemprego dos Estados Unidos. São números importantes para decisões tomadas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sobre o patamar de juros no país.

O Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano aumentou a uma taxa anualizada revisada de 2,7% no último trimestre, disse o governo em sua segunda estimativa da atividade do quarto trimestre. 💥️O valor foi revisado para baixo em relação à alta de 2,9% relatada no mês passado.

Economistas esperavam que o crescimento do PIB não fosse revisado. O crescimento robusto no segundo semestre apagou a contração de 1,1% nos primeiros seis meses do ano. Embora a atividade tenha desacelerado nos últimos dois meses de 2022, a economia parece ter recuperado o ritmo no início deste ano.

Já os pedidos de seguro-desemprego dos Estados Unidos registraram 192 mil pedidos na semana encerrada em 18 de fevereiro, queda de 3 mil solicitações em relação ao período anterior. Os dados são do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos. Economistas consultados pela Reuters previam 200 mil solicitações para a última semana.

Os pedidos têm sido consistentemente baixos, apesar das demissões de alto nível no setor de tecnologia e nos setores sensíveis às taxas de juros.

Na quarta-feira, foi divulgada a ata da última reunião do Fed. A maioria das autoridades concordou em diminuir o ritmo de aumentos na taxa básica de juros para 0,25 ponto percentual, mas também que os riscos de uma inflação elevada continuam sendo um "fator-chave" que molda a política monetária e justifica incrementos na taxa de referência até que as pressões de preços sejam controladas.

"Desde a última decisão de juros, houve surpresas altistas no campo da inflação (índice de preços ao consumidor acima do esperado em janeiro) e do mercado de trabalho (forte geração líquida de vagas). Ademais, os últimos indicadores de alta-frequência também apontaram para resiliência da atividade econômica local", diz relatório da XP.

Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Isso favorece o dólar frente a outras moedas e impacta principalmente países emergentes, como o Brasil.

Na Europa, foi divulgada nesta manhã, pela Eurostat, a inflação na zona do euro, que ficou ligeiramente mais alta em janeiro do que o estimado anteriormente. A inflação dos preços ao consumidor nos 20 países que usam o euro desacelerou para 8,6% em janeiro, ante 9,2% no mês anterior.

A estimativa era de cerca de 8,5% no início deste mês, quando os números da Alemanha, a maior economia do bloco, ainda não tinham sido incluídos.

Os dados ainda devem ser preocupantes para o Banco Central Europeu (BCE), já que as revisões mostram que o núcleo da inflação, ou o aumento dos preços excluindo componentes voláteis como alimentos e combustíveis, acelerou para 5,3%, de 5,2%. Os dados iniciais haviam mostrado manutenção do ritmo da inflação.

Na agenda doméstica, foi publicada a arrecadação federal. A arrecadação com impostos, contribuições e demais receitas somou R$ 251,7 bilhões em janeiro, informou a Secretaria da Receita Federal.

O resultado representa aumento real de 1,14% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando a arrecadação somou R$ 248,9 bilhões (valor corrigido pela inflação). Também foi o maior valor já registrado para meses de janeiro (comparação considerada mais apropriadas por analistas) desde o início da série histórica, em 1995, ou seja, em 29 anos.

"Por aqui os investidores seguem à espera de anúncios sobre detalhes dos programas sociais como o novo Bolsa Família, o Desenrola, o reajuste do salário-mínimo e o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda", diz relatório da Rico Investimentos.

Também repercute o anúncio de que o Ministério da Agricultura está tomando as providências do protocolo sanitário após confirmação de um caso de vaca louca no Pará. A pasta disse também que, de acordo com o protocolo, suspendeu exportações de carne para a China.

O caso foi confirmado mais cedo pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará). Segundo o órgão, o caso ocorreu em uma pequena localidade do sudeste do Pará, que tem 160 cabeças de gado. Governo diz que não há risco de disseminação.

"Seguindo o protocolo sanitário oficial, as exportações para a China serão temporariamente suspensas a partir desta quinta-feira. No entanto, o diálogo com as autoridades está sendo intensificado para demonstrar todas as informações e o pronto restabelecimento do comércio da carne brasileira", diz o texto do ministério.

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