China apresenta plano de paz para a guerra; Otan e Ucrânia rejeitam proposta

A China pediu um cessar-fogo abrangente na Ucrânia nesta sexta-feira (24) como parte de um plano de 12 pontos sobre a guerra.

A Ucrânia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) já rejeitaram a proposta (veja mais abaixo).

A China pediu a ambos os lados que concordem com uma redução gradual dos combates e disse que o conflito não beneficia ninguém.

Na última semana, Rússia e China começaram a ensaiar uma possível parceria que, para o Ocidente, pode ser um indício de que Pequim vai se alinhar a Moscou ao longo deste ano na guerra.

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No comunicado, que coloca panos quentes no temor dos países ocidentais, 💥️Pequim também rejeitou o uso de armas nucleares, dias depois que o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a suspensão de sua participação em um tratado de desarmamento nuclear com os Estados Unidos.

A China também afirma que as sanções contra a Rússia só deveriam ser impostas se fossem endossadas pelo Conselho de Segurança da ONU —a Rússia faz parte do conselho e tem poder de veto.

"A China se opõe a sanções unilaterais não autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU. Países relevantes deveriam parar de abusar das sanções unilaterais e da jurisdição à distância em outros países", afirma o texto.

Na prática, o plano é uma repetição do que a China tem dito desde que a Rússia invadiu a Rússia, em 24 de fevereiro do ano passado.

A China tentou se posicionar como parte neutra no conflito, embora mantenha laços com Moscou, seu aliado estratégico.

Na última semana, no entanto, a 💥️possível parceria da 💥️China💥️ com a 💥️Rússia deixou de ser uma possibilidade que poderia se concretizar ao longo de 2023 para um 💥️cenário cada vez mais claro.

Na terça-feira (21), o presidente russo, Vladimir Putin, 💥️defendeu abertamente - pela primeira vez desde o início da guerra - uma parceria mais efetiva com Pequim contra o Ocidente.

Horas depois, funcionários dos governos dos dois país afirmaram que o líder chinês, Xi Jinping, irá a Moscou nos próximos meses para uma reunião bilateral com o presidente russo - também a primeira desde o início da guerra.

No dia seguinte, o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, se reuniu na capital russa na quarta-feira (22) com Putin e seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, durante uma visita para apresentar sua "solução política" para a guerra.

Desde o início da invasão russa e até agora, a China ofereceu apoio diplomático e financeiro a Putin, mas se absteve de qualquer envolvimento militar ou envio de armas ao aliado.

1 de 9 25 de fevereiro de 2022- Natali Sevriukova chora em frente ao prédio onde morava após um ataque com foguete em Kyiv, na Ucrânia — Foto: Emilio Morenatti/AP 2 de 9 A expressão de Natalia Rudneva, ferida após bombardeio noturno em Kramatorsk, leste da Ucrânia — Foto: Andriy Andriyenko/AP 3 de 9 9 de março - Corpos são jogados em uma vala comum nos arredores de Mariupol, na Ucrânia. Bombardeios russos impediam a realização de enterros. — Foto: Evgeniy Maloletka/AP 4 de 9 Nadiya Trubchaninova, 70, chora enquanto segura a cruz sobre o túmulo de seu filho Vadym, 48, morto por soldados russos em 30 de março de 2022 em Bucha, na Ucrânia. — Foto: Rodrigo Abd/AP 5 de 9 Soldados carregam corpo de morto em ataque a estação de trem em Kramatorsk, na Ucrânia — Foto: FADEL SENNA / AFP 6 de 9 Pessoas ao lado de uma casa e carro danificados por um ataque de míssil em Kiev, na Ucrânia — Foto: Reuters/Valentyn Ogirenko 7 de 9 Uma câmera no painel de um veículo capturou o momento em uma explosão atingiu a cidade de Dnipro, na Ucrânia — Foto: Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia/Reprodução 8 de 9 Mulher fica ferida em explosão de edifício durante ofensiva militar russa em Chuguiv, no leste da Ucrânia, na manhã desta quinta (24) — Foto: Wolfgang Schwam/Anadolu Agency via Getty Images 9 de 9 7 de março - Pai coloca a mão na janela de vagão de trem enquanto se despede de sua filha na estação ferroviária central de Odessa, durante a guerra entre Rússia e Ucrânia — Foto: Bulent Kilic/AFP

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse nesta quinta (23) que não tinha visto o plano de paz da China e💥️ queria se reunir com representantes de Pequim para discutir a proposta antes de oferecer seus pontos de vista.

Um assessor de Zelensky afirmou que qualquer plano para acabar com a guerra tem que envolver a retirada das tropas russas para as fronteiras da Ucrânia em 1991, quando a União Soviética entrou em colapso.

"Qualquer 'plano de paz' apenas com cessar-fogo e, como resultado, uma nova linha de delimitação e ocupação contínua do território ucraniano não é sobre a paz, mas sobre o congelamento da guerra, uma derrota ucraniana, (e os) próximos estágios do genocídio da Rússia", escreveu o conselheiro político Mykhailo Podolyak.

"A posição da Ucrânia é conhecida - retirada das tropas russas para as fronteiras de 1991."

O plano chinês também não foi satisfatório para a Otan.

"A China não tem muita credibilidade, porque não foi capaz de condenar a invasão ilegal da Ucrânia", disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.

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