Corredor aéreo em terra Yanomami pode 'servir a garimpeiros', dizem fiscais do Ibama
Fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que tiveram uma de suas bases na terra Yanomami atacadas a tiros por garimpeiros, criticam internamente os corredores aéreos.
Eles foram criados para permitir a saída voluntária de garimpeiros da terra indígena mas, na prática, segundo esses fiscais, reforçam a violência na região porque estão durando tempo demais.
O governo iria manter a saída aérea dos garimpeiros até 6 de maio, antecipou o fechamento do espaço aéreo para 6 de abril, mas, segundo técnicos do Ibama, essa janela de tempo permite a ida e volta de garimpeiros para tirar minério extraído ilegalmente e contribui para a violência – porque os garimpeiros atacam a fiscalização se forem flagrados.
Na quinta-feira (23), garimpeiros armados furaram o bloqueio de fiscalização na Terra Indígena Yanomami e atiraram contra agentes do Ibama.
Os ficais revidaram e um dos invasores foi baleado.
O local é o mesmo em que garimpeiros ilegais abriram fogo contra a Polícia Federal em maio de 2023, e onde foi instalado um cabo de aço no rio para impedir a passagem dos invasores.
Fiscais afirmaram que a ação de garimpeiros foi “orquestrada” e “foi tiro para tudo quanto é lado”.
Segundo eles, “os garimpeiros estão voltando para pegar tudo o que têm porque a gente não consegue destruir tudo o que apreende e há esconderijos para minérios garimpados ilegalmente".
Os fiscais apontam a suspeita de que haja até mesmo material enterrado.
"O corredor aéreo pode estar servindo aos garimpeiros para a retirada do garimpo ilegal e para ataques a nós”, dizem.
Os ataques de quinta foram a barco, não por via aérea, mas os fiscais entendem que os garimpeiros fazem o trajeto de avião para pegar o minério e depois tentam sair por via marítima -- e que isso aumenta o ambiente de violência na região.
Ministros afirmam que o corredor aéreo é a melhor alternativa e que haveria uma zona de guerra com trocas de tiros e mortes, caso a retirada dos garimpeiros fosse feita à força.
A fiscalização, dizem os ministros, está sento feita para que não passe nada, mas ele compreendem que alguns garimpeiros podem conseguir burlar a fiscalização.
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