Jurado justifica 9,9 para a bateria da Viradouro; Liesa desmente boato sobre possível divisão do título
Justificativa do jurado Rafael Barros para a bateria da Viradouro — Foto: Divulgação Liesa
A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) divulgou nesta sexta-feira (24) todas as justificativas dos 36 jurados para as notas dos desfiles do Grupo Especial de 2023.
Algumas argumentações provocaram um verdadeiro alvoroço nas redes sociais. Muitos amantes do carnaval chegaram a defender a divisão do título entre a Imperatriz, campeã do carnaval, e a Viradouro, vice-campeã, por conta de um possível erro de direito contra a escola de Niterói.
Vale lembrar que as duas escolas ficaram separadas na pontuação final por 💥️0,1 décimo. A diferença garantiu o título para a Imperatriz Leopoldinense, que terminou com 💥️269,8 pontos.
O debate mais acalorado ficou por conta da justificativa do jurado 💥️Rafael Barros Castro, que deu 9,9 para a bateria da Unidos do Viradouro, comandada pelo mestre Ciça. Segundo o jurado, a perda de ponto aconteceu por conta de "poucos elementos criativos".
"Apesar da publicação no abre alas dos possíveis padrões e células rítmicas que poderiam ser utilizados, o arranjo musical careceu de elementos para valorizar a boa cadência mantida pela bateria do mestre Ciça", completou o jurado.
2 de 5 Mestre Ciça em ação durante ensaio na Viradouro — Foto: Divulgação/ViradouroMestre Ciça em ação durante ensaio na Viradouro — Foto: Divulgação/Viradouro
Na última quinta-feira (23), uma confusão virtual teve início quando perfis que cobrem o carnaval e torcedores da Viradouro começaram a divulgar que a Liesa poderia decidir pela 💥️divisão do título entre Imperatriz e Viradouro, por conta de um possível erro na justificativa do jurado.
3 de 5 Erika Januzza, rainha de bateria da Unidos do Viradouro, desfila na Sapucaí — Foto: Marcos Serra Lima/g1Erika Januzza, rainha de bateria da Unidos do Viradouro, desfila na Sapucaí — Foto: Marcos Serra Lima/g1
O boato dizia que o Rafael Barros havia retirado 0,1 da bateria da Viradouro de forma indevida, como se a penalização fosse por conta de a bateria não ter parado na frente do módulo de jurados.
Em entrevista ao g1, o coordenador dos jurados da Liesa, 💥️Júlio Cesar Guimaraes Sobreira, afirmou que a justificativa para a perda de pontuação da escola de Niterói não teve a ver com a bateria ter parado ou não em frente ao módulo de julgadores.
4 de 5 Leandro Vieira no desfile da Imperatriz — Foto: Alexandre Durão/g1
Leandro Vieira no desfile da Imperatriz — Foto: Alexandre Durão/g1
O coordenador ainda explicou que todos os jurados passaram por um curso antes do carnaval. Além disso, os mestres de bateria, assim como diretores de outras alas de diferentes escolas, também estiveram na sede da Liesa para a leitura do manual de julgamento de cada critério.
Segundo Júlio Cesar, alguns mestres de bateria também questionaram se seriam obrigados a parar em frente aos módulos, o que foi esclarecido.
"Um diretor ainda perguntou se parar não seria melhor para o jurado avaliar a bateria. E foi explicado que, desde que ele consiga ter o mesmo rendimento, a mesma qualidade na apresentação andando, isso não importava. Muitos diretores de bateria preferem parar porque o som pode ficar melhor, mas é uma decisão de cada um. O que o julgador poderia dizer nesse caso é 'despontuei em 0,1 porque a bateria passou andando e eu não consegui ouvir tal instrumento'. Tecnicamente, o som da bateria sobressai melhor quando ela ta parada. Não quer dizer que a bateria deveria ter parado", explicou o coordenador de jurados.
Muitos torcedores do Império Serrano também demonstraram irritação ao avaliarem algumas notas da escola da Zona Norte do Rio. Talvez por conta do rebaixamento da agremiação, muitos procuravam possíveis erros de avaliação dos jurados.
Em alguns casos, a revolta viralizou. Apenas uma das postagens que citava um possível erro de avaliação de uma jurada contra o Império Serrano ultrapassou as 💥️32 mil visualizações em menos de duas horas.
5 de 5 Quitéria Chagas preocupada com o Império Serrano — Foto: Marcos Serra Lima / g1 RioQuitéria Chagas preocupada com o Império Serrano — Foto: Marcos Serra Lima / g1 Rio
A publicação chamava atenção para a nota 9,5 que a escola teve no item fantasia. Na ocasião, a jurada 💥️Regina Olivia justificou a penalização de 0,1 pela falta de uniformidade "na maneira de conduzir a alegoria de mão".
"No meu campo de visão observei: Ala1: não houve uniformidade na maneira de conduzir a alegoria de mão. Uns integrantes levaram a alegoria segurando pelas duas mãos, outros pela mão esquerda, outros pela mão direita. Visual da ala ficou prejudicado. As alegorias impediam a evolução dos componentes, pois uma se chocavam com outras", justificou Regina Olivia.
Um dos comentários na publicação feita pelo roteirista Leonardo Bruno afirmou que esse critério de penalização vai fazer com que as escolas obriguem seus integrantes a carregar alegorias de mão de uma forma única, sem levar em conta que existem componentes canhotos e destros.
Na sequência, André Couto classificou a penalização como "estapafúrdia" e lembrou que tal argumentação acaba prejudicando a credibilidade de outras justificativas que podem fazer sentido.
"Ainda que o resto da justificativa seja coerente, a existência de um critério estapafúrdio como esse coloca a credibilidade de todo o resto em questão. É o tipo de coisa que certamente causa revolta em quem perde e deveria constranger quem ganha", disse André.
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