Seca na Europa em 2023 pode ser mais severa que em 2022; FOTOS mostram canais secando e pouca neve nos Alpes
Imagens de satélite mostram a situação da seca na Europa Central — Foto: Reprodução/Kvas - TU Graz
A situação climática na Europa é, a cada ano, mais preocupante. Estudos recentes mostram que uma seca severa pode atingir o continente em 2023, de forma ainda mais alarmante do que já foi registrado no ano passado.
Uma pesquisa do Instituto de Geodésia da Graz University of Technology (TU Graz), na Áustria, revela que os níveis das águas subterrâneas no Velho Continente têm se mantido extremamente baixos desde 2018, "mesmo que eventos climáticos extremos com inundações deem temporariamente uma impressão diferente".
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Os primeiros registros da questão da seca na Europa Central podem ser observados em uma publicação de 2023 de Eva Boergens. Naquele momento, a pesquisadora notou que houve uma importante escassez de água nos verões de 2018 e 2023 na região. Desde então, revelam os estudos deste ano, não houve aumento nos níveis das águas subterrâneas.
Pelo contrário. Análises feitas pelos cientistas Torsten Mayer-Gürr e Andreas Kvas com base em imagens feitas por satélites mostram a seca se espelhando pela Europa, com chuvas insuficientes e calor mais intenso que o normal.
2 de 3 Imagem de satélite mostra seca na região da Europa Central — Foto: Reprodução/NASA e TU GrazImagem de satélite mostra seca na região da Europa Central — Foto: Reprodução/NASA e TU Graz
3 de 3 Imagens de satélite mostram a superfície da Província de Cuneo, na Itália, em janeiro de 2023 e janeiro de 2023, revelando a queda na quantidade de neve — Foto: Reprodução/CIMA Research Foundation
Imagens de satélite mostram a superfície da Província de Cuneo, na Itália, em janeiro de 2023 e janeiro de 2023, revelando a queda na quantidade de neve — Foto: Reprodução/CIMA Research Foundation
Estudos da CIMA Research Foundation alertam para o mesmo risco de seca, mas sob uma perspectiva diferente. Em uma análise feita também com imagens de satélites, a fundação percebeu uma forte diminuição na quantidade de neve nos invernos de 2022 e 2023 na região dos Alpes, em relação a 2023.
De acordo com a fundação, "as imagens das pistas de esqui reduzidas a miseráveis faixas de neve artificial não são apenas um sinal de problemas para o turismo: de fato, a escassez de precipitação sob a forma de neve nos Alpes também pode ser um problema grave em termos de gestão dos recursos hídricos, porque significam que o abastecimento de água obtida pela neve é escasso".
Essa combinação de fatores já trouxe problemas para a Europa, sobretudo no verão de 2022, com leitos de rios secando, águas paradas e diversos impactos ambientais e sociais.
Com a continuidade da situação climática preocupante, as perspectivas para 2023 são pessimistas e indicam um verão ainda mais seco. Torsten Mayer-Gürr afirma que, há alguns anos, não imaginava que este seria um problema no continente, mas que a questão da água na Europa se tornou "muito precária".
Além das imagens de satélite, moradores e turistas já percebem a gravidade da seca a olho nu. Em Veneza, na Itália, por exemplo, as marés estão tão baixas que impossibilitam a navegação de gôndolas, táxis aquáticos e ambulâncias em alguns dos canais.
1 de 8 Turistas em ponte na cidade de Veneza, na Itália, em 22 de fevereiro de 2023 — Foto: Manuel Silvestri/Reuters 2 de 8 Gôndolas no Grande Canal de Veneza, na Itália, em 17 de fevereiro de 2023 — Foto: Manuel Silvestri/Reuters 3 de 8 Barcos em um canal durante uma maré baixa severa em Veneza, na Itália, em 17 de fevereiro de 2023 — Foto: Manuel Silvestri/Reuters 4 de 8 Foto de 20 de fevereiro mostra Canal de Veneza com baixo nível de água — Foto: Marco Sabadin/AFP 5 de 8 Gôndolas não conseguem atravessar o Canal de Veneza — Foto: Marco Sabadin/AFP 6 de 8 Canais em Veneza secam em nível recorde, e barcos não conseguem passar — Foto: GloboNews/Reprodução 7 de 8 Nível da água em Veneza abaixo da média, em 17 de fevereiro de 2023 — Foto: Manuel Silvestri/Reuters 8 de 8 Marca na parede externa de prédio mostra o nível da água nos canais de Veneza, em 17 de fevereiro de 2023 — Foto: Manuel Silvestri/Reuters
Embora muito se fale sobre as secas severas na Europa, as mudanças climáticas também trazem outro risco para o continente: o das inundações. Pesquisa divulgada no jornal Nature Climate Change alerta que o risco de inundações fluviais na região pode atingir níveis sem precedentes devido ao aquecimento global e ao desenvolvimento contínuo em áreas propensas a inundações.
O aquecimento global, explicam os cientistas, leva a uma perda significativa de pedaços gigantes de geleiras no meio dos oceanos, o que causa elevações bruscas no nível das águas - levando a graves inundações.
Em 2023, por exemplo, a Europa Ocidental viveu a pior enchente em um século, com mais de 180 mortos e regiões inteiras destruídas pelas chuvas e deslizamentos.
VÍDEO: Imagens de drone mostram destruição causada por enchentes na Alemanha
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