‘Ele não conseguia ficar mais em pé’, diz mãe de adolescente morto por leptospirose em São Gonçalo
A mãe do adolescente 💥️Guilherme Valentim, de 15 anos, que morreu de leptospirose após a casa onde morava, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, ter sido alagada pelo temporal no começo do mês, contou nesta segunda-feira (27) que o avanço da doença após o período de incubação foi muito rápido.
“Ele começou a ter os sintomas na sexta-feira. Uma febre alta, sexta e sábado, e melhorou. E quando foi na terça-feira de carnaval, ele sentiu uma dor forte nas pernas, passou na quarta, e ele não conseguia ficar mais em pé. E dali até o dia seguinte os sintomas foram muito rápido. Não dava tempo de fazer muita coisa”, disse Andreia Souza Silva.
A água das enchentes é a principal causa de contaminação por leptospirose, transmitida pela urina do rato. A doença é contraída, principalmente, quando essa água contaminada entra em contato com a boca, os olhos e machucados na pele.
“Foi de repente. E eles começaram a levantar os móveis para não perder, sofá, geladeira, fogão. E a gente não pensou nessa doença que ninguém nem mais fala, né? Hoje em dia não é falada na doença e nem nos sintomas. Tanto que quando ele teve febre eu pensei que fosse uma dor de garganta. E não uma doença que fosse levar o meu menino”, destacou Andreia.
1 de 2 Andreia Souza Silva, mãe de Guilherme Valentim, de 15 anos, que morreu de leptospirose em São Gonçalo — Foto: Reprodução/ TV GloboAndreia Souza Silva, mãe de Guilherme Valentim, de 15 anos, que morreu de leptospirose em São Gonçalo — Foto: Reprodução/ TV Globo
Como a bactéria é muito resistente, o risco não desaparece quando o nível da água baixa, porque ela continua ativa nos resíduos úmidos por bastante tempo. A mãe do adolescente conta que foi pega de surpresa com o diagnóstico.
Guilherme ficou internado apenas um dia e morreu na última quinta (23).
A Prefeitura de São Gonçalo afirmou que realiza diariamente a limpeza e desobstrução de bueiros, valões e galerias de rede pluvial. E destacou que índices pluviométricos dos últimos temporais foram atípicos.
“A gente estava tentando diminuir as tragédias e acabou tendo uma pior ainda. Espero que não aconteça com mais ninguém, a dor é muito grande. Não desejo para ninguém”, disse a mãe de Guilherme.
2 de 2 Guilherme Valentim, de 15 anos — Foto: ReproduçãoGuilherme Valentim, de 15 anos — Foto: Reprodução
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