Polícia apura apologia ao nazismo após grupo de bate-bolas usar fantasia com rosto de Hitler
Grupo 'Virtual de Madureira' estampam o rosto do ditador nazista Adolf Hitler — Foto: Reprodução
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (💥️Decradi) instaurou um 💥️inquérito nesta segunda-feira (27) para apurar o crime de 💥️apologia ao nazismo após um grupo de bate-bolas usar fantasias com o rosto do ditador 💥️Adolf Hitler💥️ e desfilar por ruas de Madureira, na Zona Norte do Rio.
A turma de bate-bolas💥️ Virtual de Madureira saiu com uma fantasia em que estampava o rosto do nazista. O grupo publicou fotos nas redes sociais e acabou recebendo dezenas de críticas e acusações de apologia ao nazismo.
Não está claro o dia em que o grupo saiu pelas ruas do bairro.
Segundo a delegada Rita de Cassia Salim Tavares, titular da especializada, "foi expedido ofício para a Secretaria Municipal de Cultura para identificar os responsáveis pelo bloco".
A investigação acontece após fotos do grupo ser divulgada nas redes sociais em que estampam o rosto do ditador nazista, explicou a delegada.
O💥️ Virtual de Madureira costuma sair da comunidade da Congonha, em Madureira, até as imediações da estação de trem do bairro. Os integrantes geralmente são homens moradores do mesmo bairro, com idade entre 💥️25 e 40 anos, que se unem para brincar o carnaval com trajes temáticos.
Após as imagens serem publicadas nas redes sociais, vários usuários se manifestaram contra a escolha da foto de Hitler.
Nas redes sociais, o grupo Virtal de Madureira pediu desculpas "pelo transtorno ocorido" e destacou que "o tema escolhido não foi para exautar um ditador que matou milhares de pessoas" e sim "uma crítica pelos atos feitos pelo ditador". Por fim, a direção do grupo disse que o grupo não concorda com atos feitos por Hitler.
Procurada, a Secretaria Municipal de Cultura disse que em 2023, foi feito um estudo que resultou no cadastramento de 💥️432 turmas de bate-bola da cidade, cujo 💥️objetivo era mapear essa manifestação. O grupo em questão é uma dessas turmas. A pasta informou que "repudia a alusão feita pelo grupo e reforça que acompanhará e contribuirá com as investigações da polícia".
2 de 2 Fantasias com o rosto de Adolf Hitler — Foto: ReproduçãoFantasias com o rosto de Adolf Hitler — Foto: Reprodução
A vereadora Teresa Bergher, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Vereadores e integrante da comunidade judaica, classificou como "crime" as fantasias e informou que registrou um boletim de ocorrência contra o grupo.
De acordo com a parlamentar, além de procurar a polícia para fazer a denúncia, ela vai encaminhar um ofício à Secretaria de Polícia Civil, cobrando uma investigação rigorosa, para que o caso não se repita. E também encaminhará requerimento de informações à Prefeitura do Rio para saber se este grupo foi cadastrado pela Secretaria de Cultura e se é possível cancelar a autorização para o desfile no próximo carnaval.
“É uma pena que um grupo que se veste de bate-bolas, os Clóvis, que são patrimônio cultural e imaterial da cidade, tenham escolhido justamente usar a máscara de um assassino, de um genocida para brincar o carnaval. Os Clóvis fazem parte da nossa cultura, da tradição carnavalesca da nossa cidade e não podem ser confundidos com uma imagem que só remete à morte, à barbárie, aos crimes contra a humanidade.”
Clóvis é o outro nome pelo qual os bate-bolas também são conhecidos.
O presidente da Federação Israelita do Estado do Rio (Fierj) esteve na Decradi nesta segunda e pediu que o grupo fosse investigado.
"Esperamos que a investigação possa indicar autores e que haja a denúncia pelo crime de racismo, pois é o meio de se processar e punir quem faz apologia ao nazismo. Estamos em um momento muito delicado em nosso país em que, reiteradas vezes, a Fierj vem alertando para que não se permita a banalização do Holocausto, ou a exaltação a Adolf Hitler e sua obra, cujo teor é racista", disse Alberto David Klein, presidente da Federal Israelita.
"Lembrando que a prática de racismo é crime em nosso país. São necessárias ações educativas, mas não podemos deixar impunes quem faz apologia ao crime", completou.
O💥️ g1 não conseguiu contato com os organizadores do grupo.
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