RJ lança programa contra alta de suicídios de policiais: 'Quem está em tratamento psiquiátrico não pode ter arma&#39

Na segunda-feira (27), policiais federais foram fardados no enterro de um colega, em um luto coletivo que há tempos tem afetado as corporações das forças de segurança. No estado, entre 2023 e 2023, o número de casos de suicídio entre policiais civis e militares subiu 150% – de 6 para 15 casos.

A alta é quase três vezes maior que a média nacional, que cresceu 55% de 2023 (101 vítimas), segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

O policial federal foi um dos três policiais que tiraram a própria vida desde a Quarta-feira de Cinzas no Rio de Janeiro – os outros dois eram PMs.

Policiais reclamam que trabalham pressionados e submetidos a longas escalas de plantão em locais perigosos ou em investigações estressantes. Uma mistura explosiva que tem provocado problemas sérios nas corporações.

Numa tentativa de "humanizar a gestão" e evitar o problema, o governo do RJ, o Ministério Público do Trabalho e o IPPES (Instituto de Pesquisa, Prevenção e Estudos em Suicídio) lançam nesta terça-feira (28) o programa 💥️Segurança QPrevine.

O IPPES implementará um programa que prevê traçar um diagnóstico das angústias e problemas sofridos por policiais civis, penais e agentes do Degase (Departamento Geral de Ações Sócio- Educativas) e assim tentar modificar a forma como esses servidores são cuidados nas instituições.

Inicialmente, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros estão fora da iniciativa, assim como as polícias federais.

A socióloga Dayse Miranda, do IPPES, defende cuidado com a saúde mental dos policiais — Foto: Reprodução 1 de 1 A socióloga Dayse Miranda, do IPPES, defende cuidado com a saúde mental dos policiais — Foto: Reprodução

A socióloga Dayse Miranda, do IPPES, defende cuidado com a saúde mental dos policiais — Foto: Reprodução

A ideia do programa é priorizar, nas instituições, o tratamento da saúde mental dos policiais.

"Tudo isso só dará certo se o governador entender que este é um problema de todos e que isso deve gerar uma política pública. Os agentes estão vulneráveis. As pressões estão se acumulando e alguma hora explode. A saúde mental é um problema de todos", comenta Dayse Miranda, socióloga do IPPES.

Segundo ela, os problemas que antes demoravam uma década para acontecer surgem após dois anos de rotinas intensas de serviço, plantões ou investigações aumentando o número de agentes de licença de saúde.

Pesquisa do Grupo de Estudo, Pesquisa e Prevenção ao Suicídio (Gepesp), vinculado ao Laboratório de Análise da Violência da Uerj, com 18.007 PMs, em 2014, mostrou que 3,6% já haviam tentado suicídio e outros 18% pensado em suicídio. Dos que tentaram, 💥88% relataram ter perdido um colega por suicídio.

O entendimento de estudiosos é de que as tropas estão doentes. Alguns policiais desenvolvem transtornos de pós-traumático. Com o tempo, segundo os estudiosos, eles normalizam o problema e não se veem como importantes. Passa a se considerar um número.

A iniciativa do Ministério Público do Trabalho é que o programa leve o RJ a investir na saúde do profissional como uma política de segurança pública.

"A saúde mental é um problema de todos. Do jeito que ele precisa de um colete, o policial precisa da mente dele", diz a socióloga.

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