Mescla de fotos de Augusto Malta, de 100 anos atrás, com cliques de hoje dos mesmos pontos do Rio vira livro; veja imagens
Há 10 anos, o fotógrafo e designer carioca Marcello Cavalcanti começou a estudar o acervo de Augusto Malta, o maior cronista visual do Rio no início do século 20. Logo, teve a ideia de brincar com a obra. Foi atrás dos exatos locais usados para fazer os registros para clicar do mesmo ângulo e começou a mesclar as imagens da cidade.
O contraste do Rio antigo com o atual virou o projeto Augusto Malta revival, que começou nas redes sociais e chegou a ser exposição nos 450 anos da cidade. Agora, com 💥️mais de 30 obras inéditas, vai ser lançado em livro em novembro. A pré-venda pela internet foi aberta nesta quarta-feira (1º), 💥️aniversário de 458 anos do Rio, e as edições promocionais se esgotaram em cinco horas.
"A cidade cresceu muito, principalmente verticalmente, com enormes edifícios que acabam tampando grande parte da nossa paisagem natural, que é única no mundo e era melhor apreciada há 100 anos. Entendo que o progresso é importante para qualquer sociedade, mas trabalhando neste projeto foi possível identificar centenas de casarios e prédios que ainda existem, e na minha opinião estes deveriam ser eternamente preservados para que a história do Rio se mantenha viva para a população."
1 de 13 Avenida Rio Branco — Foto: Augusto Malta e Marcello Cavalcanti/Augusto Malta Revival 2 de 13 Arpoador — Foto: Augusto Malta e Marcello Cavalcanti/Augusto Malta Revival 3 de 13 Lagoa Rodrigo de Freitas — Foto: Augusto Malta e Marcello Cavalcanti/Augusto Malta Revival 4 de 13 Praias de Ipanema e Leblon vistas do alto do Dois Irmãos — Foto: Augusto Malta e Marcello Cavalcanti/Augusto Malta Revival 5 de 13 A transformação da Enseada de Botafogo — Foto: Augusto Malta e Marcello Cavalcanti/Augusto Malta Revival 6 de 13 Arcos da Lapa — Foto: Augusto Malta e Marcello Cavalcanti/Augusto Malta Revival 7 de 13 Theatro Municipal e a Cinelândia — Foto: Augusto Malta e Marcello Cavalcanti/Augusto Malta Revival 8 de 13 Vista do Pão de Açúcar e praias da Zona Sul — Foto: Augusto Malta e Marcello Cavalcanti/Augusto Malta Revival 9 de 13 Praia de Ipanema com os diferentes trajes de cada época — Foto: Augusto Malta e Marcello Cavalcanti/Augusto Malta Revival 10 de 13 Rua São Clemente, em Botafogo — Foto: Augusto Malta e Marcello Cavalcanti/Augusto Malta Revival 11 de 13 São Conrado — Foto: Augusto Malta e Marcello Cavalcanti/Augusto Malta Revival 12 de 13 Túnel do Leme, por onde passavam bondes — Foto: Augusto Malta e Marcello Cavalcanti/Augusto Malta Revival 13 de 13 Vista Chinesa: mudança só nos veículos — Foto: Augusto Malta e Marcello Cavalcanti/Augusto Malta Revival
Fotógrafo da prefeitura, Malta deixou um legado de mais de 40 mil imagens da cidade, feitas entre 1900 e 1936. São considerados os principais registros do Rio antigo.
Para Cavalcanti, as montagens mais impressionantes são as das áreas de praia da Zona Sul da cidade. De um lado da imagem, a Mata Atlântica quase intacta em regiões inabitadas ou de fazenda. Do outro, os arranha-céus erguidos ao longo de meados do século passado.
1 de 2 Praias de Ipanema e Leblon vistas do alto do Dois Irmãos — Foto: Augusto Malta e Marcello Cavalcanti/Augusto Malta RevivalPraias de Ipanema e Leblon vistas do alto do Dois Irmãos — Foto: Augusto Malta e Marcello Cavalcanti/Augusto Malta Revival
"É impressionante ver as imagens da Zona Sul de Malta, hoje o ponto mais valorizado da cidade, com poucas casas, praias desertas, quase ninguém nas ruas. A única referência, praticamente, são as montanhas em volta, que me ajudaram a localizar o ponto exato das fotos e poder repetir o clique. Essas, sim, não mudaram nada. Eram e continuam maravilhosas."
Um dos grandes desafios para o fotógrafo, conta, foi achar a localização usada por Malta para fazer seus registros. O livro, com 60 imagens de Malta, facilita quem quiser repetir: cada imagem tem um QR code, que direciona a um mapa virtual com o ponto da foto.
"Sou absolutamente fanático pelo Rio e sua geografia, fotografo essa cidade há mais de 20 anos, e neste projeto encontrei uma maneira de mostrar as pessoas como a cidade era no passado e como ela é hoje. Não que tenha melhorado ou piorado, apenas mudou - e muito - mas acredito que conhecendo o nosso passado temos mais vontade de lutar pela preservação da nossa memória, da nossa cultura e da nossa carioquice", acrescenta o fotógrafo.
2 de 2 Capa do livro 'Augusto Malta Revival' (Gávea Imagens, 2023) — Foto: Marcello Cavalcanti/DivulgaçãoCapa do livro 'Augusto Malta Revival' (Gávea Imagens, 2023) — Foto: Marcello Cavalcanti/Divulgação
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