PIB do Brasil avança 2,9% em 2022, mesmo com 4º trimestre de queda

Setor de serviços — que engloba bares, restaurantes, hotelaria, salões de beleza e outras atividades do tipo — turbinaram o PIB brasileiro em 2022 — Foto: Fábio Tito/g1 1 de 5 Setor de serviços — que engloba bares, restaurantes, hotelaria, salões de beleza e outras atividades do tipo — turbinaram o PIB brasileiro em 2022 — Foto: Fábio Tito/g1

Setor de serviços — que engloba bares, restaurantes, hotelaria, salões de beleza e outras atividades do tipo — turbinaram o PIB brasileiro em 2022 — Foto: Fábio Tito/g1

O 💥Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 2,9% no ano de 2022, divulgou nesta quinta-feira (2) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A atividade teve grande impulso do setor de serviços, o principal da economia brasileira, que acelerou principalmente no primeiro semestre. Estímulos fiscais dados à economia impulsionaram os números, junto com o chamado “efeito reabertura”, em que o retorno a bares, restaurantes, salões de beleza, turismo e outras atividades provocou um aumento expressivo do consumo.

No segundo semestre, porém, os dois fenômenos perderam força e causaram uma desaceleração gradual da economia.

💥Resultado foi uma queda de 0,2% no 4º trimestre do ano, interrompendo uma sequência de cinco trimestres positivos. Ainda assim, em relação ao 4º trimestre de 2023, a atividade teve um avanço de 1,9% em 2022.

Em 2023, o PIB brasileiro havia crescido 5%, também na esteira da retomada econômica depois dos impactos da pandemia de Covid-19.

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Evolução do PIB ano a ano em % — Foto: Editoria de Arte/g1 2 de 5 Evolução do PIB ano a ano em % — Foto: Editoria de Arte/g1

Evolução do PIB ano a ano em % — Foto: Editoria de Arte/g1

Em valores correntes, o PIB brasileiro totalizou R$ 9,9 trilhões em 2022, com taxa de investimento de 18,8%. O PIB per capita teve alta real de 2,2% ante o ano anterior e alcançou R$ 46.154,60 em 2022.

Como esperado, o setor de serviços foi destaque absoluto pela ótica da oferta, com alta de 4,2% no ano. Em valores correntes, foram R$ 5,8 trilhões no ano.

Segundo os dados do IBGE, todas as atividades de serviços tiveram crescimento neste ano:

Juntos, os serviços e a indústria representam cerca de 90% do PIB brasileiro.

A indústria teve, mais uma vez, resultados mistos, em que parte dos setores se beneficiou do ciclo econômico enquanto outras penaram para conseguir resultados.

Para o IBGE, o destaque positivo veio do setor de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, que subiu 10,1% no ano, o que possibilitou bandeiras tarifárias mais favoráveis ao longo de 2022. Em seguida, bom resultado também par ao setor de Construção, que teve alta de 6,9%.

“Ademais, a atividade de Construção, com alta de 6,9%, corroborada pelo aumento na sua ocupação, foi influenciada pelo ano eleitoral, que sempre apresenta uma maior quantidade de obras públicas.”

Na outra ponta, as Indústrias de Transformação (-0,3%) e as Indústrias Extrativas (-1,7%) tiveram perdas por conta de quedas produtivas na metalurgia, produção de metal, de madeira, borra e plástico, e também na extração de minério de ferro.

Já a queda de 1,7% da agropecuária acontece depois de redução da produção da Agricultura. Pecuária e Pesca tiveram crescimento, mas não conseguiram reverter o resultado negativo.

Arte- Análise do PIB sob ótica da oferta — Foto: Arte/g1 3 de 5 Arte- Análise do PIB sob ótica da oferta — Foto: Arte/g1

Arte- Análise do PIB sob ótica da oferta — Foto: Arte/g1

Pela ótica da demanda, o Consumo das famílias foi o grande motor da economia, com alta de 4,3% no ano. Esse foi mais um número alavancado pelo efeito reabertura, após a liberação das atividades impactadas pela pandemia de Covid-19.

Lembrando: no setor externo, as Exportações de Bens e Serviços subiram 5,5%. As Importações de Bens e Serviços, 0,8%.

Segundo a economista Juliana Trece, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), cerca de 80% de crescimento de consumo em 2022 pode ser explicado pelo consumo de serviços. Destaques ainda para o consumo de alojamento e alimentação que representaram em torno de 30% do consumo total no ano.

Arte - Análise do PIB sob ótica da demanda — Foto: Arte/g1 4 de 5 Arte - Análise do PIB sob ótica da demanda — Foto: Arte/g1

Arte - Análise do PIB sob ótica da demanda — Foto: Arte/g1

O PIB brasileiro voltou ao campo negativo no 4º trimestre de 2022, com queda de 0,2% versus o trimestre anterior.

Nem mesmo o setor de serviços, que tanto ajudou o resultado anual, passou ileso: houve queda no Comércio (-0,9%) e em Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-0,5%). 💥De qualquer forma, os serviços atingiram o patamar mais alto da série histórica.

Por fim, frente ao 4º trimestre de 2023, o PIB avançou 1,9%, o oitavo resultado positivo consecutivo nesta base de comparação.

Variação trimestral do PIB brasileiro — Foto: Editoria de Arte/g1 5 de 5 Variação trimestral do PIB brasileiro — Foto: Editoria de Arte/g1

Variação trimestral do PIB brasileiro — Foto: Editoria de Arte/g1

Depois de cinco trimestres de altas puxadas pela retomada do setor de serviços, o resultado do 4º trimestre de 2022 mostra que os aumentos da taxa básica de juros, a Selic, feitos pelo Banco Central desde 2023 começam, enfim, a trazer consequências mais fortes para a economia.

Além dos sinais de uma desaceleração da atividade, economistas ainda esperam efeitos à frente no mercado de trabalho e na concessão de crédito — e a expectativa é que esses efeitos continuem a repercutir no PIB até o final do ano que vem.

O cenário é uma junção de um quadro de juros elevados, inflação ainda expressiva e de um maior endividamento das famílias. A projeção dos economistas para 2023 é que o PIB tenha um crescimento de apenas 0,84%, segundo o último relatório Focus do Banco Central.

Para os especialistas ouvidos pelo 💥️g1, a tendência é que a atividade tenha um crescimento mais contido neste ano, influenciada não apenas pelo ambiente doméstico, mas também pelo cenário internacional, cujas projeções também são de desaceleração.

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