Como a Rússia voltou a cometer velhos erros na 'maior batalha de tanques' da guerra da Ucrânia

Um confronto de três semanas em uma planície perto da cidade de mineração de carvão de Vuhledar, no sul da Ucrânia, se tornou o que as forças ucranianas dizem ser 💥️a maior batalha de tanques da guerra até agora — e um duro revés para os russos.

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De acordo com Kiev, Moscou perdeu pelo menos 130 tanques e veículos blindados nessa batalha, segundo informações do "The New York Times".

Ambos os lados enviaram tanques para combater em Vuhledar. “Os russos avançavam em colunas, e os ucranianos manobravam defensivamente, atirando à distância ou de esconderijos quando as colunas russas apareciam”, escreve o jornal americano.

Quando acabou o confronto, a Rússia não apenas tinha fracassado em sua tentativa de capturar Vuhledar, mas também havia cometido o mesmo erro que custou a Moscou centenas de tanques no início da guerra: mover colunas de veículos blindados direto para emboscadas ucranianas.

Os tanques russos restantes foram inutilizados por minas, atingidos por artilharia ou destruídos por mísseis antitanque, e agora jazem espalhados por plantações na região, segundo mostram vídeos de drones militares ucranianos 💥.

Emboscadas têm sido a tática característica da Ucrânia contra as colunas blindadas russas desde os primeiros dias da guerra.

Perto dali, em Bakhmut, as forças ucranianas tentam manter posições, enquanto Moscou disse que suas forças de segurança estavam combatendo sabotadores ucranianos que fizeram reféns em uma operação na fronteira.

Moscou afirmou que um grupo de ucranianos armados cruzou para a província russa de Bryansk, atirou em um carro matando um civil e mantinha reféns em uma loja perto da fronteira.

Um assessor do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chamou os relatos de provocação de Moscou, mas também deu a entender que alguma forma de ataque foi de fato realizada, culpando guerrilheiros russos.

Perto das linhas de frente a oeste de Bakhmut, na cidade ucraniana de Chasiv Yar, a Reuters ouviu o estrondo do fogo de artilharia na manhã desta quinta-feira.

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Tanque se dirige para a frente de batalha em Bakhmut — Foto: Reuters/Lisi Niesner 1 de 1 Tanque se dirige para a frente de batalha em Bakhmut — Foto: Reuters/Lisi Niesner

Tanque se dirige para a frente de batalha em Bakhmut — Foto: Reuters/Lisi Niesner

Em cidades e vilas próximas, novas trincheiras foram feitas na beira da estrada, a entre 20 e 40 metros de distância, um sinal aparente de que as forças ucranianas estavam fortalecendo suas posições defensivas a oeste da cidade.

A própria Bakhmut foi reduzida a um deserto devastado, com alguns milhares de seus 70 mil civis pré-guerra ainda vivendo lá, enquanto os exércitos lutam rua por rua.

As tropas russas, apoiadas por centenas de milhares de reservistas convocados no ano passado, avançam para o norte e para o sul da cidade, tentando cortar as rotas remanescentes de entrada e saída a oeste usadas pelas tropas ucranianas.

O chefe do grupo russo de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin, divulgou um vídeo de seus homens levantando uma bandeira de Wagner no topo de um prédio quase em ruínas de vários andares, que ele disse ter sido filmado perto do centro de Bakhmut.

Moscou, que perdeu território ao longo do segundo semestre de 2022, diz que tomar Bakhmut seria um passo para conquistar o resto da região vizinha de Donbas, um objetivo importante. Kiev afirma que a cidade tem valor estratégico limitado, mas está determinada a mantê-la para esgotar a força de invasão da Rússia, no que se tornou a batalha mais sangrenta da guerra.

"Cedo ou tarde, provavelmente teremos que deixar Bakhmut. Não faz sentido segurá-la a qualquer custo", disse o parlamentar ucraniano Serhiy Rakhmanin na noite de quarta-feira. "Mas, no momento, Bakhmut será defendida com vários objetivos — primeiro, infligir o máximo possível de perdas russas."

A Rússia disse que um grupo armado de ucranianos cruzou a fronteira para a região de Bryansk para realizar o que o Kremlin descreveu como um ataque terrorista.

A agência de notícias estatal russa RIA afirmou que várias pessoas foram feitas reféns em uma loja em Lubechanye, a menos de um quilômetro da fronteira da Rússia com a Ucrânia.

O assessor de Zelensky, Mykhailo Podolyak, chamou os relatos russos de "uma clássica provocação deliberada".

Moscou "quer assustar seu povo para justificar o ataque a outro país e a crescente pobreza após o ano de guerra", tuitou. Mas ele também deu a entender que um ataque estava realmente em andamento, realizado por guerrilheiros dentro da Rússia: "Tema seus guerrilheiros", escreveu ele.

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