Vinícola Aurora pede desculpas e diz estar envergonhada por usar mão de obra de trabalhadores em situação semelhante à escravidã

Alojamento onde trabalhadores foram resgatados em Bento Gonçalves — Foto: Reprodução/RBS TV 1 de 2 Alojamento onde trabalhadores foram resgatados em Bento Gonçalves — Foto: Reprodução/RBS TV

Alojamento onde trabalhadores foram resgatados em Bento Gonçalves — Foto: Reprodução/RBS TV

Em uma carta aberta divulgada na quinta-feira (2), a Vinícola Aurora – uma das três que usaram mão de obra análoga à escravidão durante a colheita da uva em Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul – pediu desculpas aos trabalhadores resgatados e se disse envergonhada.

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Os trabalhadores relataram, em depoimento ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), terem ficado sujeitos a situações de agressão com choques elétricos e spray de pimenta, cárcere privado e agiotagem.

A nota vem depois que, na última terça-feira (28), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) suspendeu a participação da Aurora, além da Cooperativa Garibaldi e Salton, de suas atividades.

A ApexBrasil é um serviço social autônomo vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que promove os produtos brasileiros no exterior.

Em nota à imprensa, a Cooperativa Garibaldi disse que "repudia qualquer prática que afronte o respeito ao ser humano ou comprometa sua integridade".

Já a Vinícola Salton, em nota à imprensa, afirma que “repudia, veementemente, qualquer ato de violação dos direitos humanos".

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Trabalhadores resgatados em situação semelhante à escravidão em Bento Gonçalves — Foto: Reprodução/RBS TV 2 de 2 Trabalhadores resgatados em situação semelhante à escravidão em Bento Gonçalves — Foto: Reprodução/RBS TV

Trabalhadores resgatados em situação semelhante à escravidão em Bento Gonçalves — Foto: Reprodução/RBS TV

O caso veio à tona em 22 de janeiro, quando três trabalhadores procuraram a polícia após fugirem de um alojamento em que eram mantidos contra sua vontade. Uma operação realizada no mesmo dia resgatou 207 pessoas de um alojamento no bairro Borgo onde eram submetidas a trabalho análogo à escravidão.

Os trabalhadores foram contratados pela Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda para trabalhar na colheita da uva. A empresa oferecia a mão de obra para as vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi, Salton e produtores rurais da região. A maioria viajou da Bahia para o RS. Eles afirmam que eram extorquidos, ameaçados, agredidos e torturados com choques elétricos e spray de pimenta.

O administrador da empresa, Pedro Augusto Oliveira de Santana, chegou a ser preso pela polícia, mas pagou fiança e foi solto. As vinícolas que faziam uso da mão de obra análoga à escravidão devem ser responsabilizadas, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

A maioria dos trabalhadores resgatados chegou à Bahia na última segunda-feira (27). Os demais optaram por permanecer no RS. Quase todos já receberam as verbas rescisórias a que tinham direito, em um valor que, somado, ultrapassou R$ 1 milhão.

Apesar disso, a empresa rejeitou a proposta de acordo apresentada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) para pagamento de indenizações individuais aos 207 trabalhadores. Os representantes legais disseram não reconhecer o trabalho em condições semelhantes à escravidão.

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