Quem é Tuna Tudo? Carioca faz sucesso com colagens musicais e ajustes de desafinados; OUÇA o ‘Remix do Plantão’

Você está na sua rede social quando aparece um vídeo com os acordes de “Burguesinha”, de Seu Jorge. Mas a letra 💥 surge um pouquinho diferente:

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Anderson Nem, produtor musical do Tuna Tudo — Foto: Gustavo Wanderley/g1 1 de 2 Anderson Nem, produtor musical do Tuna Tudo — Foto: Gustavo Wanderley/g1

Anderson Nem, produtor musical do Tuna Tudo — Foto: Gustavo Wanderley/g1

A edição — ou — é uma das várias obras que viralizaram a partir do canal 💥️Tuna Tudo, do produtor musical 💥️Anderson Nem. Somando os perfis no Instagram, no TikTok e no YouTube, Anderson já passou de 💥dois milhões de seguidores.

O g1 foi conversar com o produtor no Estúdio Ternário, no Catete, na Zona Sul do Rio. E ele fez para a gente 💥️um remix exclusivo, com a vinheta do Plantão da Globo e o Plim-plim. Confira:

Os são só uma parte do criativo trabalho de Anderson. Ele também faz , quando se misturam a base de uma canção e o vocal de outra, e o que ele chama de , em que corrige vozes desafinadas.

“Foi no início da pandemia que eu comecei, por hobby, a corrigir imperfeições vocais de músicas já existentes”, disse Anderson. “Como eu gosto de memes, eu comecei a fazer isso com memes também. Resolvi postar na net para mostrar para meus amigos. Acabou gerando um engajamento bizarro no meu perfil pessoal”, lembrou.

Anderson sempre interage com os seguidores. “Comecei a atender a pedidos. Leio os comentários de todo mundo. Então, o perfil começou a se criar com o feedback das pessoas que me seguem”, explicou.

Uma das primeiras foi a da 💥️abertura do desenho “Cavalo de Fogo”.

“Tem uma imperfeição vocal na abertura que já virou um clássico, todo mundo reconhece isso. Eu consegui corrigir [a desafinada], isso engajou para caramba”, recordou.

Anderson contou que desde o começo do canal usa ferramentas de inteligência artificial (AI, na sigla em inglês) para compor suas peças.

“Exatamente lá no início de tudo, no início da pandemia, a AI não era tão evoluída. Tinha umas falhas. Com o tempo, e eu fui sempre acompanhando essa tecnologia, ficou bem bacana”, afirmou.

💥️Marcel Sousa, produtor musical da Ternário Music e cúmplice do Tuna Tudo, explica que a AI consegue, por exemplo, extrair o vocal de uma canção.

“A ferramenta vai marcar as frequências. A voz está no centro da mix, no espectro, e a AI consegue separar o que está nas laterais e isolar a voz”, detalhou.

Os , e são tão bem-feitos que muitas vezes o próprio artista “editado” comenta na postagem. Foi o caso do 💥️“Red Hot Chili Péricles”.

“Ele adora! Ele já me segue já um tempão!”, comemorou Anderson.

Outra mistura que deu liga foi 💥️“💥️Linkin Park💥️ da Mata”, com 💥️“Somewhere I Belong” e 💥️“Eu sou Neguinha?”, de Vanessa da Mata.

E também teve o “forróck” de Xand Avião e do The Offspring, unindo 💥️“Inquilina” a 💥️“The Kids Aren't Alright”.

Eu sempre penso no melhor desafio. Procuro os materiais com a qualidade máxima possível, até porque eu não tenho acesso às tracks abertas”, disse.

Anderson ressaltou que não basta dominar AI e ferramentas. Ter um bom ouvido musical e saber notas e tons é fundamental. “Não é só recortar e colar. Quase sempre eu tenho que ajustar a afinação”, explicou.

Enquanto Anderson dava entrevista para o g1, ele finalizava um de 💥️“Mosca na Sopa”, de Raul Seixas, mas trocando os termos — “eu sou a sopa que pousou em sua mosca”. “Em ‘mosca’, eu tive de mexer no tom”, exemplificou.

Sucessos do momento, como “Zona de Perigo”, de Léo Santana, e “Lovezinho”, da jovem Treyce, também foram recriados pelo Tuna Tudo.

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Nem sempre os “editados” curtem o resultado. “Trato com muito carinho, muito cuidado, não exponho muito a pessoa. Mas se ela chega para mim e fala: ‘Você tem como deletar? Foi um momento muito ruim da minha vida’, na hora eu apago. Eu não sou uma página de memes, eu tento deixar a coisa o mais profissional possível”, explicou.

Anderson lembrou também que com alguma frequência as plataformas brecam a publicação por causa de direitos autorais — e quando isso acontece não há muito o que fazer.

“É do algoritmo. Já vi artista tentar lançar música própria na rede e receber veto por causa dos robôs”, disse Anderson.

Anderson Nem, produtor musical do Tuna Tudo — Foto: Gustavo Wanderley/g1 2 de 2 Anderson Nem, produtor musical do Tuna Tudo — Foto: Gustavo Wanderley/g1

Anderson Nem, produtor musical do Tuna Tudo — Foto: Gustavo Wanderley/g1

Mas, no geral, a repercussão é tanta que muitos pedem 💥️versões completas de 💥— os clipes que Anderson posta raramente passam de um minuto, quando os fãs queriam a música inteira.

“Às vezes, o artista até aceita, acha maneiro. Aí vem a editora, que fala que não pode rolar. Mas é um projeto. Isso vai para frente, porque todo mundo quer engajamento”, prometeu.

Marcel acrescentou que já se avançou um pouco nesse modelo de cocriação musical. “O mercado ainda não está preparado para formalizar esse tipo de meme. Mas a versão , que até pouco tempo era maluquice, hoje já é parte de estratégia do escritório”, frisou.

O de uma música é um trecho compacto, acelerado, para caber nos vídeos curtos das redes sociais. “Pessoas já falam em lançar a música ‘normal’ e 15 dias depois soltam o speed”, explicou Marcel.

“O bacana da versão é que, por exemplo, uma música que é um funk a 130 BPM vira um 150. Aí o cara faz aquela dança”, disse Anderson.

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