Tarcísio de Freitas visita Centro de Operações Rio e afirma que sirenes serão instaladas em São Paulo até o próximo verão
Gilberto Kassab, Tarcísio de Freitas e Eduardo Paes no Centro de Operações Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo
Em visita ao Centro de Operações Rio (COR), o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que usará o modelo carioca de prevenção a desastres para minimizar o risco de tragédias climáticas, como o temporal que atingiu o Litoral Norte em fevereiro e deixou pelo menos 65 mortos. Ele afirmou que, no verão do ano que vem, São Paulo deve contar com as primeiras sirenes para alertar a população sobre o risco trazido por temporais.
“Não temos sirenes. A ideia é ter, no verão do ano que vem, sirenes na Região Metropolitana de São Paulo e no Litoral Norte”, disse Tarcísio.
Ele destacou que os investimentos na prevenção de desastres naturais devem começar pela capital paulista e Região Metropolitana.
“A ideia é começar pela Região Metropolitana de São Paulo, que é o mais crítico. A gente sentiu na pele a questão do Litoral Norte, mas não podemos nos esquecer da área metropolitana. Hoje temos Ferraz de Vasconcelos, áreas muito críticas em Franco da Rocha, Francisco Morato, Carapicuíba. Você tem muita área de risco no entorno da cidade de São Paulo, na Região Metropolitana, na Zona Leste de São Paulo”, afirmou o governador.
2 de 2 Prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas — Foto: Reprodução/ TV Globo
Prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas — Foto: Reprodução/ TV Globo
Tarcísio destacou que o plano ainda prevê investimentos em radares meteorológicos. Ele planeja uma integração com as informações dos equipamentos do Rio para prever possíveis tempestades.
“A gente tem um centro de operações lá, mas é modesto. Eu entendo que a gente pode crescer e ampliar. Eu estava conversando com o Eduardo sobre a necessidade de investir em radares [metereológicos] e ampliar a rede de radares. A gente vai trazendo uma interceptação de sistemas”, disse.
Para o governador de São Paulo, a limitação de recursos pode ser uma dificuldade na implantação do sistema de prevenção de desastres, mas ele considera que os investimentos são prioritários.
Eduardo Paes destacou que uma estrutura como o COR melhora a prevenção de tragédias na cidade, mas não resolve todos os problemas.
"Qualquer cidade que tiver uma chuva de 600 mm, como nós tivemos em São Sebastião, vai sofrer. Então o Rio não é uma cidade resolvida. Você tem ainda muita área de risco, muita contenção para fazer, isso aqui não é um trabalho perfeito. Mas o que a gente tem aprendido é que esse lugar aqui salva muita vida, que os sistemas implantados aqui, a partir de 2010, eles ajudaram a mudar a realidade da cidade quando acontece esses grandes eventos", destacou o prefeito do Rio.
Paes destacou que planeja o investimento em novos bolsões para evitar alagamentos no Rio de Janeiro. Ele ressaltou também a importância de planos de contingência para áreas de risco.
"A gente está estudando um agora em Realengo, fazer também um reservatório, tem um estudo já para o Jardim Botânico, e a gente ainda vai, no caso da Tijuca, fazer algumas obras complementares para melhorar isso", disse Paes.
Tarcísio e o prefeito do Rio de Janeiro estavam acompanhados de Gilberto Kassab (PSD), ex-prefeito da capital paulista e atual secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo.
O COR foi inaugurado em 2010 e tem como objetivo minimizar ocorrências de grande impacto, como problemas no trânsito e chuvas fortes.
O governador de São Paulo destacou que, mesmo com a melhoria do sistema, a população precisa ser orientada sobre o que deve fazer e em quais pontos deve buscar abrigo após o alerta das autoridades ser emitido. E que, para isso, é preciso que as informações sejam de qualidade para que o poder público não caia em descrédito.
“A questão da educação, do treinamento da população e da eficácia do sistema de alerta depende também da qualidade da previsão. Porque, se você vai emitindo alertas o tempo todo e nada acontece, gera um descrédito. A gente tem que melhorar a qualidade das nossas previsões e, ao mesmo tempo, dotar a cidade de tecnologia de alerta”, destacou o governador de São Paulo.
Tarcísio de Freitas destacou ainda que profissionais da Defesa Civil de São Paulo devem passar por um intercâmbio no COR para saber como o sistema de sirenes e protocolos em caso de risco funcionam.
"Vamos trazer nosso pessoal de Defesa Civil para cá e vamos fazer esse intercâmbio para aprender sobre o sistema de sirenes, sobre alguns protocolos que têm aqui e sobre a questão do , em que situação a gente dispara isso e como é esse processo de educação da sociedade, onde fizeram intervenções nas encostas e o que disparou essas intervenções", disse Tarcísio.
A visita acontece menos de um mês após o litoral do Estado de São Paulo ser devastado por um intenso temporal. Pelo menos 65 pessoas morreram.
Apenas na cidade de São Sebastião, mais de mil pessoas ficaram desabrigadas na cidade.
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