Atriz trans diz ter sido agredida por agente da GCM na Cracolândia, em SP: 'Apanhando da polícia em ação de entrega de m
Leona registrou o boletim de ocorrência acompanhada da ativista Amanda Amparo, que também foi agredida e pela CoDeputada Estadual da Bancada Feminista do PSOL, Carolina Iara, e por representantes de Erika Hilton (Psol) e do vereador Eduardo Suplicy (PT). — Foto: Reprodução/ Instagram
A atriz trans Leona Jhovs diz ter sido agredida por um agente da Inspetoria de Operações Especiais (Iope), da Guarda Municipal de São Paulo, enquanto entregava marmitas na região da Cracolândia, no Centro da capital.
Ela estava acompanhada da ativista Amanda Amparo, que também teria sofrido agressões verbais.
Leona é presidenta do Instituto Luz do Faroeste, que mantém o projeto "Você Tem Fome do Que", e recebeu valores de emendas. Ela entrega marmitas na região uma vez por semana.
A vítima informou também que inicialmente foi revistada por uma agente e sofreu agressões verbais. "Eles nos abordaram, a ação foi muito violenta, desde o primeiro momento estávamos com uma arma apontada para a gente", afirmou a atriz ao 💥️g1.
Leona informou que pediu para ligar para o seu advogado, mas teve seu direito negado. 💥️"Eu afirmei que é um direito. Ela [agente] simplesmente chamou o colega [agressor]. Como eu estava de costas, com as mãos na cabeça e pernas abertas, eu não vi ele vindo, só senti o murrão nas minhas costas."
A atriz fez um boletim de ocorrência da agressão na sexta (3), no 96º Distrito Policial do Itaim Bibi, na Zona Oeste da capital.
2 de 3 Leona registrou o boletim de ocorrência acompanhada da ativista Amanda Amparo, que também foi agredida e pela CoDeputada Estadual da Bancada Feminista do PSOL, Carolina Iara, e por representantes de Erika Hilton (Psol) e do vereador Eduardo Suplicy (PT). — Foto: Arquivo pessoal/ Leona Jhovs
Leona registrou o boletim de ocorrência acompanhada da ativista Amanda Amparo, que também foi agredida e pela CoDeputada Estadual da Bancada Feminista do PSOL, Carolina Iara, e por representantes de Erika Hilton (Psol) e do vereador Eduardo Suplicy (PT). — Foto: Arquivo pessoal/ Leona Jhovs
Carolina Iara, codeputada estadual da Bancada Feminista, informou em uma rede social que irá solicitar uma reunião com a Secretaria Municipal da Segurança para tratar o caso.
Em nota, a deputada federal Erika Hilton (Psol), que está auxiliando Leona, disse que "é um absurdo, um abuso de poder e de autoridade o que está acontecendo na região da Cracolândia. A agressão que ocorreu com Leona é parte da violência e desumanização a que estão submetidos os corpos desse território. E já temos percebido que a truculência dos agentes de segurança - praticamente o único braço do Estado que chega lá - têm aumentado com a dobradinha Nunes e Tarcísio".
Em nota, a Polícia Civil informou que o caso foi registrado como lesão corporal no 96º DP.
Também em nota, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana informou que a "Guarda Civil Metropolitana não compactua com irregularidades e, desde 2002, conta com uma Corregedoria Geral, criada pela Lei 13.396/02, responsável por apurar rigorosamente todos os casos suspeitos de desvios de conduta de seus agentes. Neste sentido, a Corregedoria da GCM está à disposição para o registro de eventuais denúncias".
3 de 3 Mapa com áreas de pequenas Cracolândias pelo Centro de SP — Foto: Reprodução/TV Globo
Mapa com áreas de pequenas Cracolândias pelo Centro de SP — Foto: Reprodução/TV Globo
A Cracolândia, que atualmente está espalhada pelos arredores da Rua Helvétia, já se mudou para a Praça Princesa Isabel mais de uma vez. Em 2017, depois de uma operação policial com mais de 900 agentes, os usuários que ficavam na Rua Helvétia se espalharam pelo Centro, concentrando-se na Praça Princesa Isabel durante um mês.
O então prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), chegou a dizer que a Cracolândia havia acabado. Mas, depois da operação, os dependentes químicos voltaram para o mesmo lugar.
A Cracolândia é um desafio para São Paulo há cerca de 30 anos. Especialistas apontam que a solução passa por medidas efetivas e permanentes nas áreas de saúde, assistência social e segurança pública.
As operações são criticadas por movimentos sociais. Ativistas acusam as forças de segurança de agirem com violência contra usuários de drogas, espalhando eles pela cidade.
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