O acordo para indenizar vítimas da 2ª Guerra Mundial que aproxima Japão e Coreia do Sul após anos de tensão

Bandeiras do Japão e Coreia do Sul — Foto: Getty Images via BBC 1 de 4 Bandeiras do Japão e Coreia do Sul — Foto: Getty Images via BBC

Bandeiras do Japão e Coreia do Sul — Foto: Getty Images via BBC

A Coreia do Sul apresentou na segunda-feira (6/3) um plano para 💥️indenizar um grupo de cidadãos forçado a trabalhar em fábricas do Japão durante a 💥️2ª Guerra Mundial.

O objetivo é resolver um 💥️conflito histórico que prejudica as relações entre os dois países por muitos anos.

Enquanto as autoridades sul-coreanas e japonesas descreveram o acordo como um grande avanço, oponentes fizeram muitas críticas, acusando o Japão de se isentar de sua responsabilidade com as vítimas.

O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Park Jin, anunciou o plano na segunda-feira — Foto: Getty Images via BBC 2 de 4 O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Park Jin, anunciou o plano na segunda-feira — Foto: Getty Images via BBC

O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Park Jin, anunciou o plano na segunda-feira — Foto: Getty Images via BBC

Cerca de 💥️150.000 coreanos foram forçados a trabalhar em fábricas e minas no Japão durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945).

Naquela época, o Japão dominava toda a Península Coreana, território que colonizou de 1910 até sua derrota na guerra em 1945.

O governo do Japão celebrou a decisão de Seul de não pedir às entidades japonesas que pagassem a compensação, algo que as administrações sul-coreanas anteriores haviam exigido.

Manifestantes se reuniram nesta segunda em frente ao Ministério das Relações Exteriores, no centro de Seul, para 💥️condenar o plano.

Os manifestantes carregavam velas e pôsteres com mensagens contra governo e o presidente Yoon Suk-Yeol — Foto: Reuters via BBC 3 de 4 Os manifestantes carregavam velas e pôsteres com mensagens contra governo e o presidente Yoon Suk-Yeol — Foto: Reuters via BBC

Os manifestantes carregavam velas e pôsteres com mensagens contra governo e o presidente Yoon Suk-Yeol — Foto: Reuters via BBC

Em 2018, a Suprema Corte da Coreia do Sul reconheceu o direito de 💥️15 vítimas de trabalho forçado de receber uma indenização empresa de aço Nippon Steel e da divisão da indústria pesada da Mitsubishi.

💥️As duas empresas japonesas se recusaram a cumprir a decisão, o que gerou desconforto na sociedade sul-coreana, tensionou as relações entre os dois países e abriu as portas para a possibilidade de que as autoridades de Seul tenham desperdiçado ativos das subsidiárias locais de ambas as empresas.

Em retaliação, 💥️o governo japonês impôs controles de exportação à 💥️Coreia do Sul de três materiais-chave para a fabricação de chips e telas de celulares, e eliminou o vizinho de sua lista de parceiros comerciais preferenciais.

Seul também anunciou na segunda-feira, juntamente com a apresentação do plano, que 💥️retirará uma queixa feita à Organização Mundial do Comércio (OMC) por esse boicote e que ambos os países iniciarão consultas bilaterais para normalizar a situação nas alfândegas.

Os Estados Unidos pressionaram os dois países, ambos grandes aliados na região, para melhorar suas relações.

O presidente dos EUA, Joe Biden, descreveu o plano como "💥️inovador".

A sul-coreana Yang Geum-edeok (à direita) foi forçada a trabalhar no Japão durante a 2ª Guerra Mundial — Foto: EPA via BBC 4 de 4 A sul-coreana Yang Geum-edeok (à direita) foi forçada a trabalhar no Japão durante a 2ª Guerra Mundial — Foto: EPA via BBC

A sul-coreana Yang Geum-edeok (à direita) foi forçada a trabalhar no Japão durante a 2ª Guerra Mundial — Foto: EPA via BBC

O fundo de 💥️US$ 3 milhões (R$ 15,5 milhões) será distribuído entre as famílias das 15 vítimas que prestaram queixa originalmente, das quais apenas três ainda estão vivas.

As três anunciaram que se 💥️recusarão a aceitar o dinheiro.

O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Park Jin, justificou a proposta, alegando que quebrar o "círculo vicioso" com o Japão em torno dessa questão é de interesse nacional.

Ele indicou seu desejo de que Tóquio "responda positivamente, com contribuições voluntárias de empresas japonesas e um pedido de desculpas integrais", informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

"Se compararmos com um copo de água, acho que é mais da metade", disse ele à imprensa.

E expressou sua esperança de que, a partir de agora, trocas políticas e culturais entre os dois vizinhos sejam estendidas.

No entanto, os grupos que representam as vítimas na Coreia do Sul criticaram o projeto.

"O governo coreano concede 💥️imunidade em suas obrigações legais com as empresas japonesas acusadas", disse os advogados das vítimas em comunicado.

Ele alegou que os envolvidos no Japão "devem se desculpar primeiro e depois trabalhar em todo o resto".

O principal líder do Partido Democrata da oposição da Coreia do Sul, Lee Jae-Myung, descreveu a proposta como "a maior humilhação e mancha na história da diplomacia".

Não está claro se as empresas japonesas mencionadas na decisão judicial de 2018 farão 💥️contribuições voluntárias.

A Mitsubishi e a Nippon Steel não se pronunciaram sobre o 💥️novo acordo, pois ambas sustentam que a compensação pelos períodos de guerra foi resolvida com o tratado de 1965.

Tóquio sustenta que o tratado resolveu todas as reivindicações relacionadas ao período colonial, mas os governos sul-coreanos questionaram essa ideia nas últimas décadas.

Espera-se que o novo plano permita que ambos os países superem um obstáculo importante em seu relacionamento e, assim, 💥️passem a cooperar mais em questões de segurança em um momento em que as ameaças da Coreia do Norte e da China aumentam.

Em 2015, um acordo foi assinado para resolver a disputa relacionada às chamadas 'mulheres de conforto'. Incluía um pedido de desculpas do Japão e a criação de um fundo de 💥️1.000 milhões de ienes (R$ 37 milhões) para as sobreviventes.

No entanto, três anos depois, a disputa diplomática foi reaberta quando Seul dissolveu o fundo sob o argumento de que não foi feito o suficiente pelas vítimas.

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