Dólar tem “respiro” nesta terça fechando em R$ 4,05, mas sobe mais de 6% em agosto
Em agosto, o dólar acumula alta de 6,14%, a caminho da maior valorização mensal desde agosto do ano passado (+8,46%) (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)
O 💥️dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira, num ajuste técnico conforme a moeda norte-americana caiu frente a outras divisas na esteira da baixa nos rendimentos dos Treasuries, movimento que reduz a atratividade do dólar como investimento.
A cotação negociada no mercado à vista caiu 0,40%, a 4,0516 reais na venda. Na véspera, a divisa havia encerrado com forte alta de 1,60%, a 4,0677 reais na venda, maior nível de fechamento desde 20 de maio.
Na B3, o dólar futuro de maior liquidez cedia 0,58%, a 4,0555 reais nesta terça-feira.
Um índice que mede o valor do dólar frente a uma cesta de moedas recuava 0,19%. O dólar caía ante 24 dentre 33 pares, com moedas emergentes como peso colombiano, rand sul-africano e peso chileno liderando os ganhos, numa correção parcial depois de firme desvalorização na véspera.
A volatilidade moderou, mas segue bem acima de mínimas recentes, num sinal de que o mercado continua a esperar intenso vaivém no câmbio. A volatilidade implícita para três meses caiu a 12,95% ao ano, de 13,025% na véspera e mínima de 10,383% em 22 de julho.
Em agosto, o dólar acumula alta de 6,14%, a caminho da maior valorização mensal desde agosto do ano passado (+8,46%). O aumento dos temores de desaceleração forte em importantes economias, chances de os Estados Unidos cortarem os juros em ritmo mais lento e a crise na Argentina compõem o quadro desfavorável ao real neste mês.
“Quando o peso argentino cai 20%, não há nada de idiossincrático nisso. (O movimento) faz com que as moedas de grandes parceiros comerciais se apreciem, mas elas vão precisar se desvalorizar também”, disse no Twitter Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês).
“Além disso, faz com que os mercados vendam outros emergentes, já que vender a Argentina é difícil. Como em 2018, o contágio é mais forte para Brasil e Turquia”, acrescentou.
A lira turca caía mais de 1% ante o dólar nesta terça, liderando as perdas nos mercados globais de câmbio.
Nesta semana, as atenções do mercado estão voltadas para a agenda do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), com a divulgação na quarta-feira da ata de sua última reunião de política monetária, enquanto no fim da semana começa o simpósio anual de Jackson Hole, onde várias autoridades se reunirão para discutir as questões atuais da economia mundial.
O mercado acompanhará ainda na quarta o primeiro dia dos leilões simultâneos de venda de dólares das reservas e de contratos de swap cambial reverso. As operações visam trocar posição cambial do Banco Central do mercado de derivativos para o spot.
A expectativa é que o BC anuncie detalhes dos leilões ainda nesta terça-feira.
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