Subsídios da Índia ao açúcar ferem livre concorrência e distorcem preços, diz Unica
Em nota, a entidade disse que a estratégia indiana preocupa todos os países produtores e exportadores de açúcar (Imagem: REUTERS/Rajendra Jadhav)
O novo programa de subsídios à exportação de açúcar da Índia fere a livre concorrência no mercado global do adoçante e significa mais um ciclo internacional de preços distorcidos artificialmente, afirmou nesta quarta-feira a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Em nota, a entidade disse que a estratégia indiana preocupa todos os países produtores e exportadores de açúcar, tendo sido responsável por um prejuízo de mais de 1,2 bilhão de dólares aos agricultores brasileiros apenas na última safra, segundo suas estimativas.
“A política indiana é insustentável no longo prazo e é preciso que o governo local reveja sua estratégia para a cana-de-açúcar”, disse o presidente da Unica, Evandro Gussi, acrescentando que o Brasil pode ser um parceiro da Índia na adoção do etanol como forma de redução do superávit produtivo do adoçante.
A Índia aprovou nesta quarta-feira subsídios para incentivar as usinas do país a exportarem até 6 milhões de toneladas de açúcar na temporada de comercialização de 2023/20, que começa em outubro, com um aporte de 10.448 rúpias (146,14 dólares) por tonelada.
Neste mês, a Organização Mundial do Comércio (OMC) abriu painéis para julgar reclamações de Brasil, Austrália e Guatemala contra os subsídios indianos para açúcar e cana.
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