PF prende ex-deputado Índio da Costa em operação contra fraude nos Correios
Funcionários dos Correios identificavam grandes clientes que eram procurados para romperem contrato com a empresa pública (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)
A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira 12 pessoas acusadas de participarem de uma quadrilha que causou fraudes milionárias aos Correios no serviços de postagem, informou a PF.
Duas fontes da PF que pediram para não serem identificadas disseram que entre os presos está o ex-deputado e ex-candidato a vice-presidente da República Índio da Costa.
O grupo suspeito tinha como base o Rio de Janeiro, mas se ramificou para outros Estados, como São Paulo e Santa Catarina. As investigações começaram em novembro de 2018, quando o grupo tentou entrar no Estado de Santa Catarina, mas o bando agia desde 2016.
O grupo, segundo comunicado da PF, contava com apoio de funcionários dos Correios. Os integrantes pagavam propina para servidores dos Correios para que as postagens não fossem pagas ou pagassem um valor menor que o devido.
Segundo o delegado da PF Cristian Luz, funcionários dos Correios identificavam grandes clientes que eram procurados para romperem contrato com a empresa pública e passassem ter suas encomendas postadas pela organização criminosa.
“Temos informações de pagamento de propina e inclusive que a cadeira de cargos nos Correios tinha preço. Que custavam de 200 a 250 mil reais por mês”, disse Luz.
“Os presos hoje eram empresários e funcionários laranjas e da organização criminosa. A organização tinha muitas empresas laranjas para a postagem e quando eram descobertas eram abandonadas”, acrescentou.
O delegado revelou na entrevista que havia um político entre os investigados, mas não revelou o nome ao afirmar que a investigação estava sob sigilo.
Mais tarde, surgiu a notícia da prisão de Índio da Costa, que foi candidato a vice-presidente, pelo DEM, na chapa encabeçada por José Serra (PSDB) em 2010. No ano passado, Índio da Costa foi candidato ao governo do Rio pelo PSD.
“Está confirmada a prisão dele sim na operação. Não temos detalhes, mas foi preso sim”, disse uma das fontes ouvidas sob a condição de anonimato pela Reuters.
Segundo a PF, uma analise preliminar apontou para fraudes de ao menos 13 milhões de reais, mas os valores devem ser maiores, destacou o delegado.
Mais cedo nesta sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro citou a investigação envolvendo os Correios, ao afirmar que a suspeita de corrupção investigada pela Polícia Federal é um exemplo de que é preciso afastar cada vez mais o Estado da vida do cidadão, a não ser em questões essenciais.
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