Tops da genética gir leiteiro vão criar empresa de embriões congelados de olho na exportação
Mercado de embriões congelados deverá andar a partir de vacas melhoradas como esta (Sítio Rio Negro)
As exportações de sêmem bovino crescem no Brasil, mas a genética leiteira está entrando em uma nova frente, a venda internacional de embriões congelados. Está em tramitação junto ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento o pedido de autorização para o Sítio Rio Negro e a Fazenda Santana, dois expoentes do gir leiteiro, atuarem em sociedade fora do País.
A nova empresa, de nome ainda sob reserva, deve estar apta até março de 2023, porém Plauto Demétrio, proprietário da Rio Negro prefere falar em “primeiro semestre”, dadas as condições da burocracia brasileira que pode sempre oferecer atrasos.
Deverá atuar nos moldes de centrais, hospedando as vacas das duas propriedades mineiras e de terceiros.
O negócio do embrião congelado é técnica de no máximo três anos, contra a convencional comercialização de embrião fresco, que necessita de uma logística delicada, o que para exportação é praticamente impossível.
Se o embrião garante maior segurança genética, explica Demétrio, pois “se tira o embrião de uma vaca de alta qualidade e o coloca em outra vaca também top (que vai gerar os animais)”, o congelado ganha em operacionalidade.
Outra vantagem, na opinião dele, é que a as “melhores doadoras doam mais embriões, multiplicando a base reprodutiva”.
O mercado doméstico já está demandando mais esse método e o Sítio Rio Negro já vem notando o interesse até de grandes multiplicadores de animais e produtores de leite. “Um embrião no mercado doméstico varia de R$ 400,00 a R$ 500,00”, conta o empresário, sediado em Uberada, também através da Rio Negro Agropecuária, que além do gir igualmente atua na genética nelore.
No mercado externo, o embrião congelado pode atingir pico de US$ 1 mil. E a demanda deve vir notadamente dos países latinos e mesmo da Índia, origem do gado zebuíno (o gir, por exemplo), que está buscando genética no Brasil.
Para o mercado ter um ideia do sistema que deverá ser implantando na nova central, vale o exemplo do Sítio Rio Negro. A propriedade tem atualmente um plantel que até pode ser considerado pequeno, de 100 vacas gir, mas na ponta da pirâmide dessa raça “e a cada ano escolho até 10 das top para recolher os embriões e encho a barriga das demais”, acentua Plauto Demétrio.
Essas crias geradas na empresa de Demétrio geraram no último leilão. de maio, média de R$ 51 mil por rês, quando ele vendeu mais de 30.
Gir
No passado mais de corte, nos últimos 30 anos foi sendo melhorado a partir da Embrapa, até formar a base atual.
Essa base contribui na formação do girolando, meio holandês, que marca em torno de 80% do rebanho leiteiro nacional, com produção que costuma chegar, nas melhores vacas da espécie, em até 80 litros/dia.
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