Bilionário argentino alerta Fernández sobre laços com a China
O conselho do bilionário de 86 anos surge em meio aos rumores de que Fernández, o candidato peronista favorito para vencer as eleições de outubro, possa recorrer à China em busca de financiamento (Imagem: REUTERS/Juan Medina)
Eduardo Eurnekián, um dos homens mais ricos da 💥️Argentina, tem um conselho para 💥️Alberto Fernández, o candidato da oposição que pode assumir a presidência do país em crise: não dependa da 💥️China para obter apoio financeiro; prefira os 💥️EUA.
O conselho do bilionário de 86 anos surge em meio aos rumores de que Fernández, o candidato peronista favorito para vencer as eleições de outubro, possa recorrer à China em busca de financiamento, já que o governo está novamente à beira de um default.
Guillermo Nielsen, economista ligado à aliança de Fernández, fez referência a um “salva-vidas financeiro chamado China“, embora um representante da campanha tenha dito que o candidato por enquanto não comentará sobre recursos da China e a influência do país na Argentina.
“Dar as costas para os EUA novamente e buscar uma aliança com a China para obter fundos seria um grande erro”, disse Eurnekián, em entrevista em Buenos Aires. O empresário, cuja família de imigrantes armênios acumulou fortuna no setor têxtil, hoje conta com a Corporación América Airports, que opera cerca de 50 aeroportos em todo o mundo, e com a produtora de energia Cia General de Combustibles entre suas principais empresas.
O próximo presidente argentino deve entender que não há outro caminho para o crescimento a não ser abraçar o liberalismo ao estilo dos EUA, baseado em “princípios que geram progresso e prosperidade”, segundo Eurnekián, que criticou o atual presidente Mauricio Macri e o ritmo lento de suas reformas fracassadas. “Procurar uma aliança com a China só geraria mais pobreza.”
A ascensão do poder econômico global da China atraiu principalmente os governos de esquerda na América Latina. Entre 2005 e 2017, o regime comunista asiático emprestou US$ 75 bilhões para a região, com Venezuela, Brasil, Argentina e Equador recebendo 91% do total, segundo estudo do Inter-American Dialogue.
Nesse período de 12 anos, esses países foram governados por líderes de esquerda, como Hugo Chávez, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, Rafael Correa, Nicolás Maduro, Néstor Kirchner e Cristina Kirchner.
A Argentina, sob o comando de Cristina Kirchner, atualmente vice na chapa de Alberto Fernández, selou um contrato de swap cambial de US$ 11 bilhões por três anos com o Banco Popular da China. E, embora Macri tenha se aproximado dos EUA após as eleições de 2015, também firmou vários acordos com a China, incluindo a renovação do contrato de swap por mais três anos e a aprovação da operação chinesa de uma estação espacial na Patagônia.
A China é a segunda maior parceira comercial da Argentina, com cerca de US$ 15,6 bilhões em comércio total em 2018. O Brasil é o maior, enquanto os EUA vêm em terceiro.
“Se queremos prosperar, precisamos ficar ao lado nosso maior parceiro comercial, o Brasil, que já decidiu se aliar aos EUA”, disse Eurnekián. “Se o país cometer um novo erro geopolítico como os vários que cometeu nos últimos 80 anos, escolhendo uma e outra vez o aliado político errado, a Argentina será condenada ao fracasso.”
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