Pecuaristas do Paraná alertam para prejuízos com fim da vacinação contra a aftosa – Parte 1
Fronteiras fechadas para animais para cruzamentos no Paraná podem comprometer desenvolvimento local (Imagem: Pixabay)
O Paraná não terá mais vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa a partir de 2023. O estado, com déficit de 30% entre o que produz e o que consome, estará fechado para entrada de animais vivos, com exceção dos da secundária pecuária de Santa Catarina, já de livre da doença sem vacina. O perigo, portanto, agora poderia mudar de status: não é mais apenas o risco de entrada da doença, mas a porteira fechada para bichos que ajudariam no desenvolvimento do rebanho, em volume e qualidade.
Além de já começar, ainda seguindo a avaliação de membros da Sociedade Rural do Paraná (SRP), de prejudicar produtores do Norte e Noroeste do estado com fazendas no Mato Grosso do Sul, perto da fronteira, que terminam os bois nos pastos paranaenses de inverno, pós-soja, rico em forrageiras. É mais barato deslocar a boiada para o Paraná do que alimentá-la no curral no estado vizinho.
Tanto não passará pelas fronteiras do Mato Grosso do Sul e de São Paulo bois e vacas para cruzamento no Paraná, para melhoramento genético, e crias e recrias para reposição, bem como bois que saem das pastagens secas e vão ser terminados à base de aveia preta e outras forrageiras paranaenses.
A Instrução Normativa 44 da autoridade nacional, em revisão, poderá liberar a entrada de bois que iriam diretos para os frigoríficos, em caminhões lacrados, e igualmente a importação de outros estados de materiais genéticos (sêmens e embriões) seguindo parâmetros de controle. Mas o primeiro caso ajudará apenas os frigoríficos, ao passo que no segundo caso a participação no melhoramento do plantel do estado é diminuta, diz Afrânio Brandão, vice-presidente da (SRP).
“O razoável é que outros estados próximos tivessem o fim da vacinação também”, avalia o pecuarista de Londrina. Naturalmente que num País continental isso é não é possível, a menos que todas as defesas e controles fossem avaliadas como positivas como é o caso paranaense. E aqui, segundo Brandão, não se duvida que o Paraná pode ter conseguido. E o governo local segue contratando agentes que vão atuar na fiscalização, entre as quais nas divisas.
Afrânio Brandão lembra de quando o estado de Santa Catarina foi fechado. Os criadores do Sul e Sudoeste do Paraná tiveram dificuldades em melhor e encorpar o rebanho, já que estava proibido o tráfego de animais do Rio Grande do Sul.
Prêmio duvidoso
O isolamento que o estado terá, na opinião do vice da Rural PR, levará muitos anos para se conseguir prover o rebanho – de 9 milhões de cabeças, aproximadamente & de genética e volume. “Eu, por exemplo, até posso ganhar com o fechamento, pois faço o ciclo completo (do nelore) e já tenho minha base sem precisar trazer de fora”, explica ele.
Um dos pontos mais defendidos a favor do fim da vacinação contra a febre aftosa, e colocado sob dúvida pela SRP e outros, é justamente isso: o valor potencial da carne produzida localmente com o novo status. O mercado doméstico não pagará mais por isso, como ocorre em Santa Catarina, e externamente não há nenhuma garantia de venha acontecer, além do que não há excedente para exportação.
O benefício mais imediato deverá ser para os suínos, animais também suscetíveis à aftosa, setor que o Paraná poderá ganhar já que tem o maio plantel. Santa Catarina, inexpressiva em boi, ganha com a abertura de mercados que só compram de países sem vacinação, como a recente abertura da Coreia do Sul.
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