Menos Trump, mais oportunismo: China compra soja dos Estados Unidos pelo preço agora e futuro
Compras chinesas de soja não podem ter janelas fechadas para não encarecer mais o produto (Imagem: REUTERS/Dan Koeck)
A ampliação das compras de soja dos Estados Unidos pela China é menos um gesto de boa vontade a favor da retomada das negociações para colocar ponto final à guerra comercial e muito mais a necessidade de não encurtar o fornecimento mundial. E um oportunismo comercial pelo produto mais barato não só no futuro, mas hoje.
A notícia de que a China comprou em torno de 1,8 milhão de toneladas nesta segunda, somando as 700 mil da semana passada, bate com os preços muito mais amigáveis do produto americano em relação ao brasileiro.
“O prêmio da soja brasileira está em 90 cents e dos Estados Unidos em 20 cents”, analisa Vlamir Brandallize, da Brandallize Consulting, com base na abertura do mercado nesta terça (24).
Conforme já anunciado pelo governo chinês – e analisado aqui em Money Times (13/9) – o país excluiria a soja e o suíno americanos das taxações extras. E também se atribui isso, como agora, à intenção de Pequim em continuar negociando com Donald Trump.
Claro, é uma na pata e outra na ferradura. A China não pode ficar só com Brasil e Argentina, entre os players, e sem os Estados Unidos, como concorda Brandallize.
Desabastecimento local não é o problema, diante de uma forte demanda, mas pagar mais caro com menos concorrentes vendendo.
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