Moagem de cana na 1ª quinzena cresce no centro-sul ante setembro de 2023
No acumulado desde o início da safra 2023/20, a moagem somou 437,75 milhões de toneladas (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)
A moagem de cana-de-açúcar no centro-sul do Brasil atingiu 39,49 milhões de toneladas na primeira metade de setembro, aumento de 1,85% ante o mesmo período do ano passado, ajudando em uma alta na fabricação de etanol, cujas vendas caíram no período, informou a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) nesta terça-feira.
Apesar de a moagem ter subido na comparação anual, caiu ante o processamento histórico da segunda quinzena de agosto, quando o centro-sul moeu 47,8 milhões de toneladas.
No acumulado desde o início da safra 2023/20, a moagem somou 437,75 milhões de toneladas, aumento de 1,2% na comparação com a temporada passada.
“Este resultado indica que 75% do ciclo agrícola corrente já está concluído”, destacou a Unica, em referência aos volumes estimados para o centro-sul até o final da safra.
A produção de etanol atingiu 2,37 bilhões de litros na primeira quinzena de setembro, alta de 4,6% ante o mesmo período do ano passado. Do total produzido no período, 683,79 milhões de litros foram de etanol anidro e 1,69 bilhão de litros de etanol hidratado.
Por sua vez, a quantidade fabricada de açúcar alcançou 2,04 milhões de toneladas, queda de 5,61% sobre 2018.
No acumulado desde o início da safra, essa retração na produção de açúcar foi de 4,92%, com produção de 20 milhões de toneladas de açúcar até 16 de setembro.
No caso do etanol, o volume fabricado no acumulado da safra segue praticamente estável, a 22,98 bilhões de litros.
Com preços do açúcar menos vantajosos que os do etanol, o setor destinou apenas 35,48% da matéria-prima para a produção do adoçante na safra até 16 de setembro.
“As estatísticas confirmam que a redução da produção de açúcar deve atingir 1 milhão de toneladas pelo centro-sul na safra 2023/2020, influenciada principalmente pela retração no Estado de São Paulo”, disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua de Rodrigues, em nota.
Até 16 de setembro, a moagem no principal Estado produtor caiu 1,09% comparativamente a 2018/2019, para 255,55 milhões de toneladas; já a fabricação de açúcar diminuiu 5,74%, para 13,80 milhões de toneladas.
No acumulado da safra até 16 de setembro, a qualidade da matéria-prima (concentração de Açúcar Total Recuperável) diminuiu 3,23%, para 135,19 kg por tonelada de matéria-prima, versus 139,70 kg até a mesma data de 2018, o que tem ajudado na redução da oferta de açúcar.
Vendas em queda em setembro
Nos 15 dias iniciais de setembro, a venda de etanol pelas unidades produtoras da região centro-sul somou 1,30 bilhão de litros, queda de 7,90% quando comparada ao mesmo período da última safra.
Do total, o setor destinou 1,25 bilhão de litros ao mercado interno e apenas 54,69 milhões de litros para exportação.
O volume de etanol hidratado destinado ao mercado interno foi de 911,57 milhões de litros na quinzena, declínio de 10,63% ante a última quinzena de agosto.
“Essa retração nas vendas é comum para o início de setembro, que tem um dia a menos de comercialização”, explicou Padua.
Além disso, com o início da safra na região Norte-Nordeste, as transferências de etanol à região pelo centro-sul diminuem, acrescentou o executivo.
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