Confederações esportivas pedem mais investimentos e refinanciamento de dívidas
Presidente da CBHb, Ricardo Luiz de Souza, lembrou que a entidade perdeu o apoio dos Correios e do Banco do Brasil (Imagem: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
Transparência e saneamento da gestão: é isso que buscam os novos dirigentes das confederações brasileiras de basquete (CBB) e de handebol (CBHb) após problemas e denúncias de irregularidades em anos anteriores.
O basquete chegou a ser suspenso pela Federação Internacional em 2016, e o quadro encontrado pela nova diretoria em 2017 era, segundo o secretário da CBB, Carlos Roberto Fontenelle, de dívidas impagáveis, salários atrasados, processos civis e trabalhistas, falta de certidões.
Fontenelle explicou nesta terça-feira (1º), durante a terceira audiência pública da Comissão de Esporte com as confederações esportivas sobre a preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, que a entidade contratou uma empresa internacional de auditoria e passou a implementar diversos programas de gestão e ética.
O resultado, disse ele, foi a evolução, no Programa de Gestão, Ética e Transparência do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), de uma nota pouco maior do que 5 para um desempenho próximo de 10.
Agora, a confederação pede o apoio do 💥️governo federal para refinanciar as dívidas. “Se o futebol, que tem profissionalismo muito mais forte e verbas privadas significativas, oferece para seus realizadores a possibilidade de refinanciar e parcelar dívidas do passado, nada mais justo que isso também ocorra com as entidades que fazem a gestão dos esportes olímpicos”, argumentou.
Esse refinanciamento está sendo proposto em projeto de lei (PL 2832/19) da senadora Leila Barros (PSB-DF) que cria o Programa de Modernização da Gestão do Esporte Brasileiro (Proesp). O texto tramita atualmente no Senado.
💥️Investimentos
Outro elemento comum às confederações de basquete, de handebol e também de rugby (CBRu) foi a redução de investimentos, tanto públicos quanto privados, após as Olimpíadas de 2016.
Presidente da CBHb, Ricardo Luiz de Souza, lembrou que a entidade perdeu o apoio dos Correios e do Banco do Brasil. “Todas as modalidades tiveram cortes. Mas havia algumas, como o handebol, que tinham o patrocínio público como principal motor das suas ações”, comentou.
“Fomos perdendo os Correios gradativamente. De 2016 pra 2017, houve redução de 80% nos investimentos. No início de 2018, a estatal nos deixou. No auge da nossa crise administrativa, o Banco do Brasil também decidiu não renovar o contrato, que se encerrou em maio do ano passado”, explicou.
A crise a que ele se refere trata-se do afastamento do então presidente da confederação, Manoel Luiz Oliveira. Ele foi afastado por liminar da Justiça Federal em abril de 2018, após denúncias de irregularidades no uso de dinheiro público.
💥️Ciclo de debates
A Comissão de Esporte já ouviu dirigentes e atletas de 12 confederações de esportes olímpicos. Nesta terceira audiência, foram ouvidos representantes do basquete, do handebol, do rugby, do vôlei (CBV) e do futebol (CBF). Até o fim do ano, o colegiado pretende receber mais 21 confederações.
De iniciativa do deputado Luiz Lima (PSL-RJ), o objetivo dos debates é conhecer a estrutura e as condições de manutenção das entidades, o planejamento para 2023, além dos esforços para aumentar a participação dos atletas nas decisões.
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