Siemens tem interesse em ser sócia de mais termelétricas a gás no Brasil, diz CEO
O CEO não detalhou as conversas ou possíveis parceiros (Imagem: REUTERS/Arnd Wiegmann)
O grupo alemão de engenharia 💥️Siemens tem interesse em participar como sócio em novos projetos de termelétricas a 💥️gás no 💥️Brasil, onde já trabalha no momento junto à empresa local Prumo Logística e a petroleira BP para implementação de usinas a Gás Natural Liquefeito (GNL) no Porto do Açu (RJ).
O presidente da Siemens no Brasil, André Clark, disse à Reuters nesta quinta-feira que a companhia está animada com o mercado de gás natural no país e que o apetite por ativos térmicos está associado a essa expectativa, embalada ainda pelo lançamento neste ano pelo governo de um programa para incentivar o setor, o chamado Novo Mercado de Gás.
“A gente está interessado nesse segmento desde antes do novo programa”, afirmou Clark, citando como exemplo os projetos no Rio de Janeiro, por meio da joint venture Gás Natural Açu (GNA).
Segundo ele, a companhia e suas sócias na GNA cadastraram um projeto de expansão do parque térmico da empresa em leilão do governo federal para contratação de novos empreendimentos de geração de energia agendado para este mês, o A-6, que prevê entrega das usinas a partir de 2025.
“Estamos colocando a GNA 3 no leilão, foi inscrita, vamos ver tamanho da demanda. Assim como estamos ajudando vários outros investidores pelo Brasil. E, sim, a gente estuda e co-estuda, com nossos parceiros e sócios, planos de negócio nessa direção”, apontou Clark ao quer questionado sobre investimentos em térmicas.
Ele não detalhou as conversas ou possíveis parceiros.
A Siemens anunciou em abril um contrato para fornecer à GNA os serviços de construção da usina GNA 1, em associação com a empreiteira Andrade Gutierrez, e para operação e manutenção da planta no longo prazo. A alemã fornecerá ainda equipamentos como turbinas e gás e vapor, geradores e sistemas de controle.
Âncora do pré-sal
Segundo Clark, a expansão da geração térmica a gás será necessária no Brasil para dar suporte a fontes renováveis intermitentes que dependem do clima, como usinas eólicas e solares.
Ele afirmou que o país deverá contar com uma grande oferta para abastecer esses empreendimentos devido à produção esperada do pré-sal e às reservas de vizinhos como Bolívia e Argentina, além do acesso ao mercado internacional de Gás Natural Liquefeito (GNL).
No caso do pré-sal, no entanto, a Siemens vê a construção de térmicas como fundamental para viabilizar os investimentos no escoamento da oferta de gás para a costa, uma vez que será necessário garantir mercado para os grandes volumes previstos de produção do insumo para atrair recursos e financiar a infraestrutura necessária.
“A infraestrutura para trazer esse gás do pré-sal para o litoral brasileiro precisa de uma âncora econômica forte, um contrato firme de monetização desse gás. E as térmicas são tipicamente o que põe esse plano de negócios de pé… em quase todos lugares do mundo são termelétricas”, afirmou ele.
O executivo ainda elogiou o marco regulatório do setor elétrico, mas ressaltou que serão necessárias algumas mudanças de planejamento para acomodar essa oferta de gás prevista.
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