Mato Grosso do Sul moerá menos cana na entressafra e já acumula 86,6% de etanol produzido
Máquinas correm para cortar mais cana no Mato Grosso do Sul, com algumas usinas parando antes (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)
O Mato Grosso do Sul é o estado que mais mói na entressafra da cana no Centro-Sul, quando não é o único. Na próxima também, mas com um volume menor, quanto menor foi também na última. Três usinas já pararam, outras cessarão as operações proximamente e, portanto, das 19 que rodaram a atual safra, um número mais reduzido estará na ativa de dezembro a final de março.
A corrida favorecida pela estiagem já proporcionou um acumulado de 86,6% de etanol, contra a participação histórica no mix de 70%.
Alguns dados ainda estão sendo levantados pela Biosul, a regional que reúne as empresas, porém o presidente Roberto Hollanda Filho estima, em volume, abaixo das 3,5 milhões de toneladas que viraram etanol e açúcar na última entressafra. “Já chegamos a moer 10% da safra nesses períodos, mas na última foi menor e agora cairemos um pouco mais”, informa ele.
De destaque, alguma semelhança: a força do etanol desde o segundo semestre do ano passado, mais a bagunça do clima com a seca prolongada, fizeram as usinas acelerarem, mais ou menos o mesmo que acontece agora, com a “seca brava de setembro e outubro”, que pôs todo mundo para correr.
De diferente, avalia Hollanda, as geadas de julho último, que ajudarão a tirar, possivelmente, até 2 milhões de toneladas de um período estimado, lá atrás, de 51 milhões de toneladas.
A moagem até aqui vem de 38,2 milhões de toneladas, 10% superior ao acumulado de 2018. Na segunda quinzena de setembro, a alta foi de 70%, acentua o presidente da Biosul, dando uma ideia de como as máquinas se adiantaram para tirar a cana.
Outros números do cenário sucroenergético do Mato Grosso do Sul mostram certa estabilidade, de acordo com Roberto Hollanda Filho: a renovação dos canaviais permanece entre 15% e 20%, a expansão das lavouras é modesta, os investimentos na indústria estão mais alinhados a retrofits.
Já o total de açúcar recuperável (ATR) vem em queda, de 1,23%, confirmando o perfil do Centro-Sul para uma cana de menor qualidade.
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