Copom: Corte de juros é consenso, extensão do atual ciclo de queda é dissenso

Banco Central

Há consenso entre os economistas de nova rodada de corte da taxa Selic, dando continuidade ao atual ciclo de afrouxamento monetário iniciado na reunião de julho (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

💥️Por Inveting.com

O 💥️Comitê de Política Monetária (Copom) do 💥️Banco Central iniciou nesta terça-feira (29) a reunião de dois dias de política monetária para avaliar novos rumos da gestão da moeda nacional.

Há consenso entre os economistas de nova rodada de corte da taxa 💥️Selic, dando continuidade ao atual ciclo de afrouxamento monetário iniciado na reunião de julho, quando a taxa básica de juros foi reduzida de 6,5% ao ano para 6%.

O tamanho da redução em 50 pontos-base prosseguiu na reunião seguinte em setembro, com a taxa Selic chegando a 5,5% ao ano & o menor patamar da história recente – e deve continuar agora na reunião de outubro.

“Há uma parcela menor apostando no corte de 75 pontos-base”, aponta José Pena, economista-chefe da 💥️Porto Seguro (💥PSSA3) Investimentos, que também projeta redução de 0,50 ponto percentual nesta reunião e mais 50 pontos-base em dezembro, com uma possibilidade de um corte de 25 pontos-base na primeira reunião de 2023.

A maior divergência reside na extensão do atual ciclo de afrouxamento monetário. As apostas dos economistas consultados por ysoke.com Brasilpara o fim da flexibilização variam para uma Selic entre 4% e 4,75% ao ano, com manutenção da taxa do final do ciclo até o fim de 2023.

E há uma análise dissonante, que prevê início do ciclo de alta da Selic a partir de agosto do ano que vem. Mas todos cravam corte de 50 pontos-base nesta reunião.

Retomada gradual e vacilante da atividade econômica, projeções cadentes da inflação oficial, inflação andando de lado em setembro e outubro e aprovação da reforma da Previdência abrem espaço para o Banco Central continuar com a política monetária estimulativa.

“A expectativa de inflação para 2023 e 2023 está abaixo da meta”, aponta Rafael Leão, economista-chefe da Parallaxis, explicando que há espaço para o Banco Central colocar uma política monetária mais estimulativa por causa de índices inflacionários comportados.

Os últimos índices inflacionários referentes a setembro e outubro apresentaram bom comportamento e acenderam um sinal de alerta quanto à fragilidade da recuperação econômica (Imagem: PIxabay)

“Os núcleos da inflação estão se desacelerando”, prossegue o economista, que prevê mais um corte e encerramento do atual afrouxamento monetário na reunião de dezembro.

De acordo com o último Boletim Focus divulgado na última segunda-feira (28), a projeção para o IPCA no encerramento de 2023 é de 3,29%, ante 3,26% na semana anterior, ficando abaixo do centro da meta de 4,25% e dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Enquanto para o ano que vem a aposta é que a inflação oficial feche em 3,60%, contra 3,63% na semana anterior, também abaixo da meta de 4% estabelecido para o ano que vem.

Os últimos índices inflacionários referentes a setembro e outubro apresentaram bom comportamento e acenderam um sinal de alerta quanto à fragilidade da recuperação econômica.

Isso porque o IPCA de setembro registrou deflação de 0,04%, a menor variação para o mês em 21 anos, enquanto o acumulado em 12 meses apresentou alta de 2,89%. Já o IPCA-15 de outubro, que mensura o nível de preço na primeira quinzena do mês, apresentou uma alta de 0,09% e acumulado de 12 meses em 2,72%.

Dólar

De acordo com o Focus, a mediana para o ITUB4) a clientes assinada pelo economista-chefe Mario Mesquita. Na avaliação do banco, tal nível da taxa de câmbio não seria impedimento para novos estímulos, mas aponta que o Copom avaliava intensificação de riscos de repasse cambial aos preços naquele momento.

De acordo com o Focus, a mediana para o 

“Melhora da atividade não significa riscos significativos de pressão inflacionária”, diz o Itaú, que projeta a Selic a 4% no fim de 2023, com mais um corte de 50 pontos-base em dezembro e dois cortes de 0,25 ponto percentual nas duas primeiras reuniões de 2023. Na avaliação do banco, a queda do juro real neutro permite “estímulos monetários adicionais para que a economia passe a ter uma recuperação mais 

Os outros economistas concordam com os estímulos proporcionado pela aprovação da reforma da Previdência no Senado (Imagem: Roque de Sá/Agência Senado)

A economista da 4E difere do consenso de mercado de juros entre 4% e 5% no fim do próximo ano. Após realizar mais um corte de 0,25 ponto percentual na reunião de dezembro, o Copom deve iniciar a restrição monetária com uma alta de 0,50 ponto percentual em agosto do ano que vem, elevando a Selic para 5,25%, na avaliação de Coelho.

Os outros economistas concordam com os estímulos proporcionado pela aprovação da 💥️reforma da Previdência no 💥️Senado, por elevar a confiança do empresário por ter limitado o crescimento da dívida pública para os próximos anos.

No entanto, o Copom deve continuar a apontar a necessidade de continuação da agenda de reforma para diminuir o risco de pressão inflacionária por causa de uma eventual frustração com o equilíbrio das contas públicas.

“Vai entrar discurso de controle de despesas obrigatórias e, caso não seja feito, corre o risco de shutdown da máquina pública”, avalia Leão da Parallaxis.

China Eua

A diminuição dos riscos globais é decorrente do início do entendimento entre EUA e China no campo comercial, mas longe de resolver a disputa entre os dois países definitivamente (Imagem: REUTERS/Yuri Gripas)

Por fim, o cenário externo deve continuar benigno na avaliação do Banco Central, avalia analistas do 💥️BTG Pactual (BPAC11), que também apostam em Selic a 4% no final de 2023.

Para Pena, da Porto Seguro Investimentos, houve um início de estabilização da atividade econômica global, que parou de apresentar desaceleração. “Até há 1 mês havia risco nada desprezível de queda acentuada”, avalia o economista, que não vê retomada do crescimento global após essa estabilização.

A diminuição dos riscos globais é decorrente do início do entendimento entre EUA e China no campo comercial, mas longe de resolver a disputa entre os dois países definitivamente. “[Pequeno entendimento] ajuda a diminuir o grau de incerteza por um tempo”, avalia Pena. Outro evento geopolítico que contribuiu para melhora do ambiente global foi o Brexit, cujas chances de uma saída sem acordo, desordenada do Reino Unido da União Europeia diminuiu. “Pior cenário é cada vez menor, mas não dá para saber”, diz Pena, recomendando cautela.

O que você está lendo é [Copom: Corte de juros é consenso, extensão do atual ciclo de queda é dissenso].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...