Até com mandacaru em foco, Sertão Biomassa pode nascer forte respaldada por idealizador

Cactáceas nordestinas no foco da nova startup de bionergia (pixabay)

Que ninguém se espante quando se começar ouvir sobre uma tal de Sertão Biomassa. Essa deverá ser uma startup que poderá nascer forte, mesmo que voltada, inicialmente, para explorar potencialidades bioenergéticas de coisas que poucos ouviram falar (mesmo dentro da academia) e muitos vão ficar espantados: agave, que atende também por sisal, e o cereus jamacaru, o nordestino mandacaru.

O respaldo da futura empresa vem de Gonçalo Amarante Pereira, que além de vasta carreira acadêmica foi cofundador e chefe científico da GranBio, biotecnológica pioneira em soluções em bioenergia e a primeira empresa a operar com etanol de segunda geração (2G).

Ainda guardando certa reserva nesta fase no qual a Sertão está sendo estruturada e potenciais investidores são mantidos em sigilo, Pereira aguarda para os primeiros meses de 2023 a estreia da startup.

As potencialidades do sisal e do mandacaru como fontes de energia renováveis já são de conhecimento científico, com o upgrade mais avançado que vem dando as equipes do Laboratório de Genômica e bioEnergia, da Unicamp, lideradas por Gonçalo Pereira.

“Certamente queremos fazer chegar para valer ao mercado essas potencialidades, que possam ser exploradas comercialmente para valer, pela capacidade que as biomassas possuem, pelo conhecimento adquirido sobre o processamento, pela produtividade natural no campo e pelo fator social inclusivo para as comunidades pobres do Nordeste”, explica Pereira, ex-diretor do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE).

O professor da Unicamp também já foi premiado pela publicação Full Energy, em 2017, com o prêmio Inovação, entre as principais autoridades em energia, por sua contribuição em várias fases do desenvolvimento das energias renováveis do País – do carro flex ao etanol 2G.

Sisal e cacto

Sobre o sisal, Money Times trouxe reportagem (31/10/2019) sobre suas potencialidades, na ótica do presidente do Sindifibras da Bahia, especialmente diante da possibilidade de gerar negócio e renda em substituição a cada vez menor exploração comercial da planta, praticamente nem mais relegada à confecção de tapetes.

O agave, inclusive, foi foco de workshop no começo de novembro na Unicamp.

Sobre o cacto nordestino, há paralelos já em exploração no México, da espécie nopal. A empresa NopaliMex já produz biogás a partir do tradicional cacto.

E o mandacaru, hoje só servindo como alimento para gado, assim como outras espécies de cactáceas do Nordeste, possui interesse biotecnológico, com farta biomassa lignocelulósica, com notória aplicabilidade, segundo até monografia (Avaliação do Potencial de Cactáceas para Aplicações em Processos Biotecnológicos) apresentada no Curso de Engenharia de Biotecnologia e Bioprocessos, da Universidade Federal de Campina Grande, por Luana Maria de Queiroz Silva.

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