Empresas pedem que leilão do 5G, previsto para 1º trimestre, não atrase
Empresários defenderam urgência no assunto, mas a Anatel informou que a decisão sobre o 5G deve ser “robusta” (Imagem: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)
Em audiência pública na 💥️Câmara dos Deputados, empresas fabricantes de celulares pediram que o leilão de 💥️5G – previsto para o primeiro trimestre do ano que vem – não atrase. O assunto foi debatido na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional nesta quarta-feira (27).
Superintendente executiva da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Karla Crosara informou que o edital do 5G aguarda votação no conselho diretor da agência, o que deve ocorrer ainda este ano. “Sabemos da urgência da matéria, mas sabemos da importância de a decisão ser robusta”, disse.
A representante da Anatel garantiu que o edital vai ter instrumentos para massificar a banda larga no Brasil, com compromissos de abrangência em localidades que hoje não têm 4G. Conforme ela, mais de 65% dos municípios brasileiros já utilizam a tecnologia 4G, mas localidades fora das principais sedes dos municípios ainda usam o 3G.
Indústria nacional
Já a representante da organização da sociedade civil Intervozes & Coletivo Brasil de Comunicação Social, Marina Pita, defendeu que seja promovida uma política de desenvolvimento da indústria nacional. Hoje, segundo ela, o padrão do Brasil é de dependência tecnológica de outros países, e a Anatel vem eximindo as empresas de obrigações de investir em tecnologia nacional fixadas nos editais para o 4G.
“As empresas não têm conseguido garantir os percentuais de equipamentos fabricados e desenvolvidos no Brasil talvez por ausência desse conjunto de políticas”, avaliou.
Interferência nas parabólicas
Representante da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), Wender Souza disse que a tecnologia 5G vai interferir na transmissão da televisão aberta por parabólicas (serviço chamado de TVRO), por conta das faixas do espectro de radiofrequências determinadas pela Anatel para o 5G. Conforme ele, 22,1 milhões de domicílios, especialmente em regiões rurais e periféricas, têm acesso ao sinal de TV aberta por meio de parabólicas.
Ele apontou uma solução tecnológica para isso, que, na sua visão, deve ser contemplada no edital do leilão: a Anatel pode migrar a faixa de frequência do serviço de TVRO ou pode determinar a distribuição de equipamentos para adaptar a recepção para a população cadastrada no Cadastro Único do governo federal. “50% desses 22,1 milhões de domicílios são de baixa renda”, estimou.
Visão das empresas
Representante da empresa sueca 💥️Ericsson, Tiago Machado nega a interferência do 5G no sinal das parabólicas e garantiu que grande parte dos equipamentos vendidos no Brasil são fabricados no País. Ele avalia que, até o final deste ano, já serão 13 milhões de conexões de 5G no mundo e espera que a chegada da tecnologia ao Brasil não atrase.
“O 2G chegou ao Brasil dois anos depois que chegou no resto do mundo; no 3G foram seis anos de atraso, no 4G foram quatro anos de atraso. E no 5G temos a oportunidade de chegar um ano depois de países como Estados Unidos e Coréia, que certamente estão na vanguarda tecnológica”, disse.
““O 2G chegou ao Brasil dois anos depois que chegou no resto do mundo”, disse o representante da Ericsson (Imagem: Pixabay)
O presidente da empresa americana Qualcomm para a America Latina, Rafael Steinhauser, também pediu que a licitação para o 5G fosse acelerada. “Até agora está meio embananada. O senso de urgência é vital”, afirmou. “O Brasil pode ter a chance de ser o primeiro país da América Latina a lançar o 5G, e pode ser o último”, completou.
Aplicações
Segundo Steinhauser, com o 5G, a performance de download e streaming (transmissão on-line) é até 95% melhor do que no 4G. A melhor conectividade possibilitará também o desenvolvimento de carros autônomos, citou. Ele comparou o 5G à eletricidade ou à máquina a vapor em relação às transformações que a tecnologia pode trazer, inclusive para o agronegócio, a educação e a saúde.
“Nós, enquanto parlamentares, não devemos regular todas as possibilidades de aplicação de 5G”, afirmou o presidente do colegiado, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que propôs o debate. Ele também pediu pressa para a implantação da tecnologia do Brasil e avaliou que podem ser necessários subsídios para que todos os brasileiros “andem juntos”, não deixando camadas da população sem acesso ao 5G.
Segurança cibernética
Representante da empresa 💥️Huawei do Brasil, Atilio Rulli garantiu que a empresa trabalha com segurança cibernética e que a empresa é 100% privada. Ele foi questionado pelo deputado Marcio Marinho (Republicanos-BA) sobre a ligação da empresa, fundada na China, com o governo chinês.
A representante do Intervozes avaliou que deve ser garantido o direito à privacidade e de proteção dos dados pessoais, “independentemente de quem seja o fornecedor dos equipamentos”.
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