Petrobras e Exxon disputam fornecimento de plataformas gigantes

.Exxon Mobil

 A Exxon tem um modelo de negócios mais flexível e que comporta a contratação de mais de um navio em projetos replicados, afirmou Eduardo Chamusca (Imagem: REUTERS/Jim Young)

A 💥️Exxon Mobil e a 💥️Petrobras são candidatas a competir por um número restrito de plataformas flutuantes de grande porte, diante da expansão da produção de 💥️petróleo em águas profundas, segundo uma das maiores fornecedoras do equipamento.

Com as duas entre as maiores petroleiras desenvolvendo campos no Brasil e da Guiana, a SBM Offshore não conseguirá atender toda a demanda pelas plataformas flutuantes de produção, armazenamento e descarga, ou FPSOs, como são chamadas, disse Eduardo Chamusca, presidente da SBM Brasil. A Exxon tem um modelo de negócios mais flexível e que comporta a contratação de mais de um navio em projetos replicados. A Petrobras sofre restrições de contratação impostas pela Lei das Estatais.

“O que está acontecendo hoje é que as produtoras de petróleo todas vão querer FPSO ao mesmo tempo, e não vai ter empresa suficiente para fazê-los”, disse Chamusca em entrevista de seu escritório no Rio de Janeiro. “Se você tem muitos clientes, em algum momento os fabricantes de FPSO serão mais seletivos.”

A indústria de equipamentos para produção em mar enfrenta queda de demanda e excesso de plataformas desde a desvalorização dos preços do petróleo entre 2014 e 2016. Mas os FPSOs usados em águas ultraprofundas são um ponto positivo fora da curva. A SBM, de Amsterdã, e a Modec, com sede em Tóquio, são as únicas empresas que afretam (alugam) o tipo de embarcação que a Exxon e a Petrobras precisarão para desenvolver algumas das maiores descobertas de petróleo deste século.

Os FPSOs podem produzir até 240 mil barris por dia e custam até US$ 2,5 bilhões cada para serem construídos. As taxas diárias de aluguel dos navios variam de US$ 400 mil a US$ 1 milhão. As ações das duas fornecedoras acumulam alta de cerca de 20% este ano. Enquanto isso, as ações da Transocean & que tem o maior número de sondas de perfuração offshore do mundo e é um dos termômetros do clima geral do setor & mostram baixa de 30%.

Poder escolher quais contratos quer disputar de clientes como Petrobras e Exxon é uma mudança radical de cenário para a SBM, que enfrentou anos de demanda em baixa. Não houve sequer uma licitação de FPSOs no mundo em 2016 que a empresa pudesse concorrer. Para piorar as coisas, a empresa foi bloqueada de assinar novos contratos com a Petrobras depois de ser investigada pela Lava Jato. O veto de quatro anos foi suspenso em 2018 e, desde então, a SBM fechou um contrato para o campo de Mero.

A Petrobras e a Exxon não responderam imediatamente pedidos de comentários. A Petrobras disse anteriormente que considera voltar a construir plataformas próprias, contratando um estaleiro, em vez de afretá-las, como já havia feito no passado.

“Quem vai ter sucesso, como em qualquer mercado capitalista, vai ser a empresa que tiver um modelo de negócios mais pragmático, como uma Exxon da vida”, disse Chamusca. “Não temos um cliente preferido, mas temos um modelo de contratação preferido.”

Petrobras

A legislação brasileira obriga a Petrobras a usar preço como principal critério de contratação, disse presidente da SBM Brasil (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

A legislação brasileira obriga a Petrobras a usar preço como principal critério de contratação, disse Chamusca. A SBM prefere um modelo de negócios que permita a replicação do projeto, reduzindo o tempo de construção. Um pacote com espaçamento de meses entre uma plataforma e outra também permitiria a holandesa a aumentar sua capacidade de produção. Hoje a SBM tem três plataformas em construção simultânea. Em condições ideais de contratação, permitindo rotação de projetos entre departamentos, o número poderia ser triplicado para nove, disse.

“O preço nem sempre é o melhor critério”, disse.

O Brasil é responsável por cerca de um em cada quatro dos cerca de 200 FPSOs em operação globalmente. O país deve passar a responder por metade da demanda mundial após leiloar várias licenças para exploração e produção offshore, disse Chamusca. Em 2023, o Brasil deve fazer licitações para seis plataformas, incluindo para o gigante campo de Búzios.

“Não podemos participar de seis licitações em um ano, precisaremos ser seletivos”, disse Chamusca.

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