Parceria visa nova geração de baterias elétricas com nióbio
De acordo com a CBMM, a parceria com a 2DM é estratégica (Imagem: Pixabay)
Líder mundial na produção de nióbio e detentora de 90% do mercado deste metal, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (💥️CBMM) concluiu, ao longo de novembro, uma negociação que possibilitará à empresa se tornar acionista minoritária da 2DM, empresa de Singapura que produz e desenvolve tecnologias com grafeno.
De acordo com a CBMM, a parceria com a 2DM é estratégica, uma vez que foi identificada, no grafeno, “uma potencial sinergia de aplicações” com o nióbio para a produção de uma nova geração de baterias elétricas, inclusive para veículos elétricos, além de aplicações em segmentos como o da construção e infraestrutura, eletroeletrônicos, entre outros.
Composto por uma fina camada de grafite, o grafeno é considerado o material mais condutivo e rígido do mundo, centenas de vezes mais resistente do que o aço. Por ser extremamente fino, com uma espessura 1 milhão de vezes menor do que um fio de cabelo, é também considerado o primeiro material bidimensional do mundo.
A junção dos dois materiais resultará em um material com potencialidades ainda maiores. Como o grafeno é um material que, apesar de previsto na teoria, só foi produzido recentemente, a expectativa é de que as pesquisas que já estão sendo desenvolvidas com os dois materiais comecem a apresentar resultados mais significativos daqui a 2 anos.
O acordo entre a CBMM e a 2DM prevê o direito futuro da empresa brasileira em adquirir, por valor pré-fixado, ações da empresa, fundada dentro da Universidade Nacional de Singapura, o principal centro de pesquisa do grafeno na Ásia.
Segundo a CBMM, o potencial versátil do material, derivado do grafite, vem sendo discutido ao longo dos anos e suas competências como aditivo industrial para melhorar propriedades de estruturas têm se destacado entre os materiais avançados.
Nióbio com aço
À Agência Brasil, a CBMM explicou que a ideia é fazer, com a mistura de nióbio com grafeno, algo parecido com o que já vem sendo feito com outros metais (aço e ferro, por exemplo), de forma a criar materiais ainda mais resistentes, leves e até mesmo elásticos.
Para se ter uma ideia, bastam 100 gramas de nióbio (a um custo de cerca de US$ 8) por cada tonelada de aço, para ampliar a força de ligação de seus átomos e, por consequência, aumentar suas resistências térmica e mecânica, bem como a capacidade de absorver cargas sem se romper ou deformar.
Tais características possibilitam o uso do nióbio para a construção de foguetes, aviões, turbinas, peças automotivas, estruturas metálicas, navios, trilhos, baterias, sensores, lentes, supercondutores, navios, oleodutos e muito mais.
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