Amazon e Walmart enfrentam raiva de comerciantes na Índia
Lojistas da Índia se mobilizam contra os gigantes globais do comércio eletrônico, acusando as empresas de praticarem preços predatórios e de violarem novas regras destinadas a proteger empresas locais (Imagem: Dhiraj Singh/Bloomberg)
No coração do maior mercado atacadista de Nova Déli, comerciantes que normalmente competem entre si se uniram contra um inimigo comum.
“Amazon, Flipkart!”, gritam comerciantes em um pequeno palco do mercado Sadar Bazaar. Cerca de 50 outros lojistas se reuniram para gritar em uníssono: “Vão embora!”.
O protesto, que criou mais caos do que o habitual entre os riquixás, motos e carroças que atravessam a rua do mercado, foi um dos 700 realizados contra a 💥️Amazon.com e a 💥️Walmart & que controla a líder de comércio eletrônico local Flipkart & que organizadores dizem ter ocorrido em mercados em toda a Índia recentemente.
Preço predatório
Lojistas da 💥️Índia se mobilizam contra os gigantes globais do comércio eletrônico, acusando as empresas de praticarem preços predatórios e de violarem novas regras destinadas a proteger empresas locais.
Em jogo está o futuro do varejo em um país com 1,3 bilhão de consumidores, onde o Walmart e a Amazon gastaram bilhões de dólares para ganhar mercado e capturar seu potencial de crescimento.
“O motivo da Amazon e Flipkart não é fazer negócios, mas monopolizar e controlar”, disse Praveen Khandelwal, secretário nacional da Confederation of All India Traders, durante o protesto em Nova Déli.
O governo da Índia anunciou em outubro uma investigação sobre as alegações de preços predatórios. A Amazon e o Walmart disseram em declarações à Bloomberg News na semana passada que suas operações cumprem as leis indianas e que atuam apenas como um marketplace de terceiros.
O conflito ocorre em meio à reação global contra a expansão vertiginosa de empresas de tecnologia, como protestos de taxistas contra um clone do Uber em Jacarta.
Os lojistas da Índia obtiveram uma vitória importante contra empresas estrangeiras de comércio eletrônico no ano passado, quando o governo impôs regras mais rígidas para a venda de produtos nas plataformas.
As regras, destinadas a criar condições mais equilibradas de preços, forçaram a Amazon e a Flipkart a retirarem milhares de itens das prateleiras virtuais e a reestruturar grande parte das operações locais.
Agora, comerciantes alegam que a Amazon e a Flipkart estão contornando as regras com preços predatórios e altos descontos. Os comerciantes exigem que o governo feche os marketplaces das empresas até que estejam em conformidade.
A Amazon disse que seus vendedores têm total discernimento na hora de estabelecer preços. A Flipkart afirmou que fornece dados aos vendedores para ajudar a determinar quais ofertas de produtos venderão mais e a que preço, mas as decisões de negócios, em última análise, cabem aos vendedores.
Um porta-voz do Ministério do Comércio e Indústria não respondeu um e-mail com pedido de comentários.
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