O mercado de energia eólica mais barato do mundo enfrenta atrasos
Com tarifas tão baixas, os projetos podem ser viáveis apenas se tiverem acesso a fundos de baixo custo, diz Prashant Khankhoje, diretor da India Electron Exchange (Imagem: REUTERS/Yves Herman)
Cada vez mais parques eólicos enfrentam atrasos na Índia diante da dificuldade de incorporadoras para dar andamento aos projetos no mercado mais barato do mundo.
Cerca de 2 gigawatts de geração de 💥️energia eólica leiloados pelo governo federal desde fevereiro de 2017 estão atrasados, de acordo com a BloombergNEF. Esse número mais que quadruplicou desde fevereiro, ameaçando inviabilizar as metas de energia renovável do país.
As incorporadoras têm dificuldade em encontrar terras baratas, obter financiamento e de se conectar às redes. Além disso, aceitaram baixas tarifas de energia verde, entre as menores do mundo nos últimos dois anos e meio. Também permanece a incerteza se as empresas de distribuição de energia não atrasarão os pagamentos.
“Com tarifas tão baixas, os projetos podem ser viáveis apenas se tiverem acesso a fundos de baixo custo, terras baratas e infraestrutura de transmissão barata”, mas esses três fatores não estão presentes na maioria dos projetos eólicos, disse Prashant Khankhoje, diretor da India Electron Exchange, uma empresa de consultoria de energia com sede em Nova Déli.
“O risco de atrasos nos pagamentos das distribuidoras de energia é outro grande problema, o que deixa credores com medo de emprestar para projetos eólicos.”
A Adani Green Energy, a Torrent Power e a Renew Power estão entre as empresas que não cumpriram as metas. As três empresas e o Ministério de Energia Renovável não responderam a e-mails pedindo comentários.
A necessidade de manter os custos baixos em meio à crescente concorrência também afetou os resultados financeiros de alguns fabricantes de turbinas, como a Suzlon Energy, atrasando a execução de projetos.
“Hoje ficamos com um punhado de fornecedores de equipamentos que transformaram o setor de um mercado de compradores em um mercado de vendedores”, disse Vinay Rustagi, diretor da Bridge To India, consultoria do setor de energias renováveis. “As incorporadoras perderam a alavancagem de barganha necessária para tornar o projeto viável.”
Em 2014, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, estabeleceu uma meta para instalar 175 gigawatts de capacidade de energia renovável até 2022. Ao se aproximar dessa meta, este ano Modi anunciou um plano de longo prazo para instalar 450 gigawatts de capacidade renovável como parte dos esforços para reduzir a intensidade das emissões na Índia.
“Essa meta parece extremamente ambiciosa”, disse Rustagi. “Até que os principais problemas de disponibilidade de local, adesão a contratos e pagamentos no prazo de distribuidoras de energia sejam resolvidos, as incorporadoras terão receio de investir.”
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