Açúcar: mercado comprado por início lento da safra da Índia e menos por déficit global
Colheita de cana na Índia está lenta e com menor produção de açúcar para o período (Imagem: REUTERS/Amit Dave)
O contrato mais importante para o açúcar no momento terminou a semana consolidando sua posição depois de romper os 13 cents de US$ por libra-peso, sob respaldo da produção lenta da Índia e do fim da safra no Centro-Sul brasileiro. A ICE Futures de Nova York vai comprada para segunda (9) com a tela de março a 13.18 c/lp, um reforço de mais 0,92%.
Depois de muito tempo flutuando nos 12.50/12.70, ou bem abaixo disso até outubro, finalmente a commodity tem um alento.
Cedo para se fechar a safra indiana 19/20 (começou em 1 de outubro) em quase 27 milhões/t (contra 32 da passada), mas o mercado está aceitando números menores. Cedo também para bater martelo em previsões de déficit global robustas – FC Stone em 7,7 milhões de toneladas ou da Organização Internacional do Açúcar (ISO, em inglês), de 6,1, os quais contam com volume menor processado igualmente na Tailândia e União Europeia.
“O certo que agora Nova York está comprando o atraso da Índia neste início de safra, principalmente”, informa Maurício Muruci, da Safras & Mercado, baseado em dados da Indian Sugar Mills Association (Isma).
Em novembro, até o dia 15, a produção do hoje maior exportador global de açúcar não havia passado das 480 mil toneladas, mais de 60% inferior ao produzido em 2018, desde o início da safra. Chuvas abundantes tiraram alguns estados produtores das operações.
A tendência é que voltem à normalidade até janeiro, quando ficará mais transparente o andamento do restante da temporada indiana.
Em linha com essa situação do país asiático, Muruci adiciona o “fim acelerado da safra brasileira (do Centro-Sul), com as chuvas mais regulares”. Mas lembra-se também que o ciclo estava previsto para encerrar mais cedo desde antes das chuvas voltarem, tanto que várias unidades já entraram novembro paradas.
Até houve um incremento do açúcar no mix das usinas, no mês anterior, de acordo com a entidade do setor, a Unica, mas o ano foi alcooleiro outra vez.
Neste final de ano, também o USDA, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos se referiu um descasamento da oferta e demanda globais, porém muitas vezes inferior aos das consultorias. Pouco acima de 544 mil toneladas.
Mas alerta que os estoques são altos, especialmente na Índia, que mesmo com subsídios à exportação e acordos privilegiados de fornecimento com China e Irã, por exemplo, não consegue colocar no mercado o excedente.
A demanda cresce, mas a taxas baixas, de pouco mais de 1% ao ano.
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