Além de autônomo, carro do futuro poderia fazer pagamentos
O ex-trader de derivativos que passou 14 meses como diretor financeiro do centro de inovação da Toyota lançou uma organização que visa transformar carros em carteiras rolantes (Divulgação: Toyota)
Depois de um ano mergulhado em números nos laboratórios do Vale do Silício da 💥️Toyota Motor, Chris Ballinger ficou convencido de que seu sonho de automação automotiva não era mais fantasioso do que a ambição de seus chefes de fabricar um veículo que pudesse dirigir sozinho.
Assim, o ex-trader de derivativos que passou 14 meses como diretor financeiro do centro de inovação da Toyota lançou uma organização sem fins lucrativos que visa transformar carros em carteiras rolantes capazes de fazer e receber pagamentos de forma autônoma em moeda virtual.
Os motoristas receberiam pequenas quantias por compartilhar dados sobre vários tópicos, desde congestionamentos até condições climáticas, e seriam debitados pelo uso da infraestrutura e contribuição para a poluição.
“Todo mundo que foca em veículos autônomos pensa que poderá beber conhaque no banco de trás, mas as máquinas farão muitas outras coisas de forma autônoma antes que possam superar o problema de dirigir por aí em algum lugar como Bangalore ou com clima particularmente ruim”, disse Ballinger, de 62 anos, que mora em Los Angeles, de onde comanda a Mobility Open Blockchain Initiative. “É um problema de engenharia muito difícil, mas configurar pagamentos de máquina para máquina é comparativamente muito simples.”
Simples é uma palavra relativa. A visão é tão futurista quanto ambiciosa. Depende de uma infinidade de avanços tecnológicos, sem mencionar a mudança regulatória e a cooperação entre as tradicionais rivais.
Embora os carros já tenham cada vez mais poder computacional, mudar pontos de vista antigos sobre o financiamento de infraestrutura, a propriedade de veículos e até a natureza do dinheiro pode ser um obstáculo insuperável. E também há a lei das consequências não intencionais.
“Quando a tecnologia é aplicada às cidades e ao transporte por pessoas inteligentes que entendem a tecnologia, mas não entendem as cidades, o resultado pode ser ruim para as cidades e criar problemas novos ou maiores”, diz Brent Toderian, ex-chefe de planejamento urbano de Vancouver.
“Existe um perigo de ‘boosterismo’ com esses tipos de ideias e uma necessidade de ser cauteloso e crítico de uma maneira que profissionais de tecnologia geralmente não são”, explica, em referência ao fenômeno de promoção de cidades. Como exemplo, ele disse que a nova tecnologia pode levar ao aumento do tráfego, reduzindo qualquer impacto ambiental positivo que tais avanços deveriam proporcionar.
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