É hora de os bancos privados oferecerem dinheiro grosso aos agricultores, e não crédito subsidiado
Linhas subsidiadas para financiamento do agronegócio poderão ser substituídas por linhas dos próprios bancos (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)
Muito provavelmente o 💥️Banco Central não olhou algumas microconjunturas ao cortar a taxa 💥️Selic para 4,5% ao ano, tampouco não deve ter sido incentivado pelo governo a fazê-lo olhando um ou vários setores econômicos. No caso do 💥️agronegócio especificamente vai ser um bom negócio para os produtores e para o a condução programática da economia.
Os 💥️bancos poderão criar linhas de crédito com recursos próprios e o governo sai de vez do financiamento subsidiado, deixando o setor privado que se entenda.
Dos dois lados do balcão há quem veja que as linhas subsidiadas oferecidas, travadas a juros de 6% a 8% ao ano, deixarão de ser atraentes para os tomadores do campo – até porque muito pouco delas chegam de fato aos produtores – e as instituições vão ter que oxigenar o mercado com linhas próprias.
“Moderfrota, 💥️BNDES e crédito rural, entre outras, perderão competitividade”, avalia Gustavo Bastos Soares, consultor de agronegócio do Bancoob, braço financeiro do sistema Sicoob.
Se quiserem “remunerar o portfólio, vão ter (as instituições financeiras) que buscar os produtores rurais”, explica por sua vez o economista-chefe da Federação da Agricultura do 💥️Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, que enxerga ainda grandes possibilidades de, de fato, haver competitividade dentro do sistema.
Previsão antecipada
Além disso, o spread das instituições também cairá de acordo com o perfil de cada uma, motivo adicional para a competividade na ponta da oferta de financiamento.
Para da Luz, a situação de que haveria juros livres abaixo dos praticados no crédito das linhas oficiais chegou antes do esperado por ele, que teria previsto para junto de 2023. A sua estimativa foi feita em abril, quando do anúncio do Plano Safra, ao ficar mais evidente a intenção do governo de diminuir sua participação nesse mercado, incentivando cada vez mais o setor privado a assumir esse papel.
Com as condições macroeconômicas no Brasil e no mundo mais favoráveis, segundo o economista, o Banco Central/Copom se antecipou ao corte dos juros básicos, que também vai ajudar os tomadores de recursos nas linhas mais caras do mercado.
Como 💥️Money Times abordou ontem (12), 💥️muitos pequenos produtores não têm acesso à linhas subsidiadas e se socorrem de capital de giro no limite do cheque especial ou do cartão de crédito, que deverão ficar mais baratas.
Nesse novo capítulo, não significa que o governo deva sair de vez do seu papel regulatório.
Os produtores rurais, assegura o representante da Farsul, querem que o governo agora “encoraje” o agentes atuarem no seguro rural de forma mais eficiente.
“Ao invés do governo jogar R$ 5 a R$ 6 bilhões no crédito, que nunca chega a todos e cujo subsídio é capturado pelos bancos, esses recursos precisam ir para o seguro”, afirma Antônio da Luz.
Com crédito mais competitivo e seguro rural, o produtor põe a cabeça no travesseiro e dorme, brinca o economista.
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