Com alta dos preços da carne, inflação deve ficar em 0,81% em dezembro
O BC estima que, em janeiro de 2023, o índice deve ficar em 0,53% (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)
A inflação deve acelerar em dezembro deste ano, devido a alta dos preços da carne. Apesar da alta recente, o 💥️Banco Central (BC) considera que a inflação neste ano e nos próximos está em níveis confortáveis. A informação foi divulgada hoje (19) no Relatório de Inflação, apresentado trimestralmente.
No relatório, o BC diz que em novembro a inflação ficou 0,26 ponto percentual acima do projetado, “repercutindo a combinação da elevação acentuada nos preços de carnes com o reajuste dos jogos lotéricos e o acionamento da bandeira vermelha” da energia elétrica.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (💥️IBGE), a inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo & IPCA) em novembro chegou a 0,51%.
O BC projeta que a inflação vai chegar a 0,81% em dezembro. Em janeiro de 2023 deve ficar em 0,53% e em fevereiro, em 0,45%.
Caso se concretize, a alta de 1,80% no trimestre será consideravelmente superior à variação de 0,90% observada entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2023.
“As taxas de inflação mais altas esperadas para o trimestre encerrado em fevereiro, em comparação com as observadas entre setembro e novembro, refletem a perspectiva de alta adicional nos preços de carnes, recuperação dos preços de alimentos ✅in natura– movimento compatível com período chuvoso – e de elevação dos preços de combustíveis, influenciados pela depreciação do câmbio [alta do dólar] e entressafra da cana.
Destacam-se, ainda, as altas sazonais nos custos de passagem aérea, ônibus urbano e educação, em dezembro, janeiro e fevereiro, respectivamente”, diz o BC, no relatório.
Cenários
Ao se considerar o cenário com trajetórias para a taxa de juros e câmbio extraídas da pesquisa do BC a instituições financeiras, chamada de Focus, as projeções para a inflação ficaram em 4% para 2023, 3,5% para 2023 e 3,4% para 2023 e para 2022.
Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2023 em 4,50% ao ano, reduz-se para 4,25% ao ano no início de 2023, encerra o período em 4,50% ao ano, sobe até 6,25% ao ano em 2023 e para 6,50%, em 2022.
Também supõe trajetória para o dólar que termina 2023 em R$ 4,15, 2023 em R$ 4,10 e 2023 e 2022 em R$ 4.
No cenário com trajetória de taxa de juros da pesquisa Focus e taxa de câmbio constante em R$ 4,20, as projeções para a inflação ficaram em 4% para 2023, 3,7% para 2023, 3,7% para 2023 e 3,5%, para 2022.
Meta de inflação
Cabe ao BC alcançar a meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Essa meta é 4,25% em 2023, 4% em 2023, 3,75% em 2023 e 3,50% em 2022, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, a Selic. Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
O BC precisa atingir a metade de 4,25% em 2023, 4% em 2023, 3,75% em 2023 e 3,50% em 2022 (Imagem: Enildo Amaral/BCB./Flickr)
Quando o Comitê de Política Monetária aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
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