El Niño continua adormecido mesmo com aquecimento do Pacífico
O Brasil já sofre com a falta de chuvas em algumas regiões produtoras de milho e soja (Imagem: Unsplash/@timothyfiji)
O Oceano Pacífico ficou mais quente, mas não o suficiente para ativar um El Niño que poderia afetar plantações na 💥️América Latina, 💥️Ásia e 💥️África. As chances de uma mudança são de cerca de 30%.
“É algo que estamos de olho, mas não estamos preocupados”, disse Michelle L’Heureux, meteorologista para EUA do 💥️Centro de Previsão Climática em College Park, Maryland.
Ainda assim, as previsões tornam-se mais difíceis no período de março, abril e maio, o qual meteorologistas chamam de “barreira da primavera”.
Se o El Niño surgir nesses meses, coincidiria com o período em que as culturas do hemisfério sul estão amadurecendo e sendo colhidas. No passado, fortes passagens do El Niño reduziram a colheita de 💥️cacau e 💥️café na 💥️Ásia e na 💥️África com a seca, causaram estiagem e calor no 💥️Brasil e inundaram a 💥️Argentina.
O Brasil já sofre com a falta de chuvas em algumas regiões produtoras de 💥️milho e 💥️soja.
A superfície do Pacífico registra calor suficiente para quase atender aos critérios de um El Niño, mas a atmosfera acima dela não reagiu, disse L’Heureux por telefone. A corrente de jato e certos padrões climáticos globais precisam reagir para que os EUA declararem a ocorrência de um El Niño em andamento.
Uniformemente quente
A falta de atividade na atmosfera pode ser explicada porque a superfície do Pacífico está uniformemente quente. Para criar o tipo de tempestade e provocar uma reação da atmosfera, é preciso haver um gradiente entre as partes quentes e frias do oceano, disse L’Heureux.
Outro fator é que o dipolo do Oceano Índico, um fenômeno semelhante ao El Niño naquela bacia, permaneceu forte até recentemente. O dipolo é parcialmente responsável pelas condições quentes e secas que alimentaram incêndios na Austrália desde outubro.
Nas últimas semanas, o dipolo quebrou “rapidamente” e houve um aumento das fortes chuvas na Indonésia, sinais de que padrões globais mais amplos podem estar se deslocando, disse. “Parece que as coisas estão mudando”, disse L’Heureux. “Vamos ver.”
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