Os 3 fatores que podem detonar a tensão social no Brasil, segundo os maiores financistas do mundo
Tensão: protestos contra aumento de tarifas marcaram o início de 2023 em São Paulo (Imagem: Divulgação/Facebook/Passe Livre)
O Institute of International Finance 💥️(IIF) divulgou um breve estudo sobre as tensões sociais nos países emergentes. A iniciativa baseou-se no fato de que, no ano passado, países que não aparentavam riscos de ruptura social explodiram, como o 💥️Chile e 💥️Hong Kong. Por isso, o instituto procurou verificar fatores que não costumam frequentar as análises de risco do mercado financeiro. Foram analisados 22 países emergentes.
O IIF reúne as 450 principais instituições financeiras do mundo, espalhadas por 70 países. Seu objetivo é apoiar o mercado financeiro, desenvolvendo boas práticas de governança corporativa e monitorando riscos para os negócios.
O estudo concentrou-se na evolução da renda per capita, desigualdade social (medida pelo índice Gini), taxa de 💥️desemprego, gastos públicos em áreas sociais, e na governança pública. “Nos últimos anos, muitos EM [mercados emergentes] falharam em gerar crescimento da renda per capita como vinham fazendo. Mais do que tudo, o crescimento foi enviesado”, afirma o IIF.
(Fonte: IIF)
“A desigualdade é muito alta na 💥️América Latina, Hong Kong e 💥️África do Sul”, acrescenta. “No geral, a América Latina e a África do Sul parecem particularmente vulneráveis em muitas dimensões. Em termos relativos, a pontuação da 💥️Europa Central é melhor”, afirma o IIF.
Riscos verde-amarelos
No quadro em que resume as tensões potenciais dos países analisados, o Brasil (BRL) está numa posição de relativa fragilidade. Dois fatores – desemprego e desigualdade – foram considerados de alto risco pelo IIF para eventuais turbulências sociais por aqui.
Nunca é demais lembrar que, apesar da lenta retomada do mercado de trabalho, 💥️o Brasil ainda enfrenta uma taxa de desemprego de 11,2%, o que equivale a 11,9 milhões de pessoas. Além disso, a pequena queda na taxa é sustentada pelo avanço do mercado informal – aquele sem carteira assinada e que costuma pagar menos.
Faltam vagas: fila de desempregados indica que economia está longe do ideal (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)
O Brasil também consta como o terceiro país mais desigual entre os 22 analisados. Estamos atrás, apenas, da África do Sul (ZAR) e de Hong Kong (HKD). Pior: o fosso entre ricos e pobres vem crescendo no Brasil, segundo o próprio 💥️IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
💥️Em estudo divulgado em novembro, o IBGE constatou que, em 2018, a renda dos 10% mais ricos do país cresceu 4,1%. Já os 40% mais pobres viram sua renda encolher 0,8%.
O terceiro fator que pode elevar as tensões sociais, por aqui, é o crescimento econômico. O IIF o classificou como de médio risco. Na média, 💥️o mercado espera uma alta de mais de 2% do PIB neste ano. Embora seja uma boa notícia, parte dos economistas afirma que é um ritmo insuficiente para que o país gere empregos, renda e segurança social para todos.
Veja, abaixo, a íntegra do estudo divulgado pelo IIF (em inglês).
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