Brasil se volta à Índia diante de piora da relação com Argentina
A estratégia do governo brasileiro se baseia no fato de que a Índia cresceu a uma taxa de cerca 7% ao ano na última década (Imagem: Alan Santos/PR )
O presidente 💥️Jair Bolsonaro chega à 💥️Índia na próxima semana para um movimento de aproximação comercial com o gigante global de olho num mercado valioso para alimentos e commodities minerais.
Esse passo ocorre ao mesmo tempo em que a relação do Brasil com a 💥️Argentina, seu principal parceiro no 💥️Mercosul, se deteriora.
A estratégia do governo brasileiro se baseia no fato de que a Índia cresceu a uma taxa de cerca 7% ao ano na última década, dobrou sua renda per capita e vai ultrapassar a 💥️China como país mais populoso do mundo nos próximos 10 anos.
“A experiência internacional mostra que as pessoas comem mais e investem em infraestrutura quando sua renda dobra”, disse o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, 💥️Marcos Troyjo, em entrevista.
O governo vê a possibilidade de aumentar de US$ 7 bilhões para US$ 25 bilhões o comércio com a Índia.
Argentina
Já o clima com a Argentina, com quem o Brasil viveu um período de aproximação em 2023, o que abriu caminho para o fechamento do acordo 💥️União Europeia-Mercosul, piorou desde as eleições no país vizinho, com a vitória de 💥️Alberto Fernandez.
“Temos um gigantesco estoque de liquidez no mundo e falta de investimentos em infraestrutura. Queremos resolver este grande paradoxo”, disse o secretário (Imagem: SEPEC/ME/Washington Costa)
“Temos direção de maior integração do Brasil à economia mundial. O que vamos fazer com o Mercosul está direcionado a essas diretrizes. Mas todos os sinais que a gente recebe nas últimas semanas são ruins”, disse Troyjo.
“Não vamos nos permitir, como no passado, trafegar em velocidade de comboio, em que a velocidade de todos é determinada pela velocidade do veículo mais lento.”
Davos
Antes da viagem à India, a equipe ecônomica, incluindo Troyjo e o ministro 💥️Paulo Guedes, irá ao Fórum Econômico Mundial de Davos.
A mensagem levada é de que o Brasil conseguiu fazer a 💥️reforma da Previdência, ao contrário de países que vêm aumentando suas despesas com pensões, e que está “nadando contra a corrente” mundial, reduzindo o tamanho do estado — o que Troyjo chamou de “grande diferenciação” do Brasil no contexto global.
“Temos um gigantesco estoque de liquidez no mundo e falta de investimentos em infraestrutura. Queremos resolver este grande paradoxo”, disse o secretário.
Troyjo disse que a assinatura da primeira fase do acordo comercial EUA-China é uma ótima sinalização e terá reflexo positivo no Brasil (Imagem: Casa Branca/Reprodução)
China
O Brasil também continua buscando aproximação com a China, mas isso não passa pelo fechamento de um acordo comercial. O que o país busca é que o acordo UE-Mercosul torne o país mais atraente para os chineses, abrindo espaço para aumentar o volume e diversificar a pauta exportadora.
Troyjo disse que a assinatura da primeira fase do 💥️acordo comercial EUA-China é uma ótima sinalização e terá reflexo positivo no Brasil. Segundo ele, neste momento o que mais o país precisa é a diminuição dos níveis de incerteza global para avançar com as reformas econômicas. “É melhor fazer isso num ambiente de céu azul do que de chuva forte.”
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