Década dos picos atinge desde globalização aos bancos centrais
Estrategistas do Bank of America já dizem aos clientes que se preparem para uma “década de pico” inovadora que transformará empresas e investimentos (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)
Em meio aos picos dos Alpes do resort suíço de Davos nesta semana, políticos, investidores e executivos estarão ocupados debatendo se estamos testemunhando picos nos principais fatores que guiam a economia mundial.
Desde a demanda por 💥️petróleo, fabricação de carros e proporção de jovens como parcela da população a temas menos mensuráveis como globalização, desigualdade e poder dos bancos centrais, há argumentos que cada um deles diminuirá de intensidade na década de 2023.
Estrategistas do 💥️Bank of America já dizem aos clientes que se preparem para uma “década de pico” inovadora que transformará empresas e investimentos. Ian Bremmer, delegado na reunião anual do Fórum Econômico Mundial e fundador do Eurasia Group, descreve este ano como um “ponto de inflexão”.
O tema é capturado em todo o programa de Davos, que contém vários painéis sobre “capitalismo das partes interessadas” e combate à desigualdade.
Os participantes também discutirão o futuro da globalização e se os bancos centrais estão sem munição.
Aqui estão os principais pontos de discussão:
Pico da globalização?
A era de pessoas, bens e dinheiro fluindo cada vez mais sem controle ao redor do mundo pode já ter atingido um ápice, pois governos buscam protecionismo e criam mais obstáculos à migração. Já existem cerca de 77 barreiras físicas delineando fronteiras internacionais em comparação com 15 em 1989 após a queda do Muro de Berlim, segundo o Bank of America.
A💥️ Organização Mundial do Comércio calcula que o ritmo de crescimento do comércio internacional caiu abaixo da taxa de expansão econômica em 2023 pela quinta vez desde a crise financeira. As entradas de investimento estrangeiro direto estão em declínio desde 2015, segundo as Nações Unidas.
A guerra comercial EUA-China está no centro da mudança. Mas, mesmo com a assinatura de um acordo provisório, o Instituto Peterson de Economia Internacional calcula que a média de 💥️tarifas dos EUA sobre importações da China ainda é de 19,3% contra 3,1% no início de 2018.
Pico do capitalismo?
Jamie Dimon, CEO do 💥️JPMorgan Chase, e Laurence Fink, fundador da 💥️BlackRock, que participam do Fórum Econômico Mundial em Davos, estão entre os que entraram no debate sobre se as empresas devem💥️ pesar melhor as partes interessadas, como clientes e funcionários, um distanciamento da mentalidade do “acionista primeiro” predominante há décadas.
Por trás da mudança: a ascensão do populismo, a preocupação de que os salários não sobem em linha com ativos como as ações e receio sobre as mudanças climáticas.
A geração dos millennials em amadurecimento também é um fator de peso. Ao tomar decisões de investimento, 87% dos nascidos entre 1981 e 1996 acreditam que fatores ambientais, sociais e de governança são importantes, de acordo com o Bank of America.
Pico da desigualdade?
A pressão para reduzir a desigualdade se tornará mais urgente nesta década, à medida que os objetivos de 💥️desenvolvimento sustentável se aproximam do prazo de 2030.
Um total de 193 governos assinaram até 17 objetivos, 169 metas e 304 indicadores sobre como acabar com a pobreza, limpar o meio ambiente e compartilhar a prosperidade para todos.
Já houve algum progresso. Abhijit Banerjee e Esther Duflo, vencedores do Prêmio Nobel de Economia do ano passado, estimam a renda média dos 50% na base da pirâmide mundial quase dobrou desde 1980.
Pico da mudança climática?
O mundo enfrenta uma série de pontos de inflexão relacionados ao clima como o derretimento das calotas polares, secas e morte dos recifes de corais.
Em novembro, a 💥️revista Nature agrupou os riscos, descritos como uma emergência climática que demandará ações políticas e econômicas sobre as emissões. Entre os anos mais quentes registrados, 21 ocorreram no último quarto de século.
Pico dos bancos centrais?
Os bancos centrais podem ter resgatado o mundo da depressão após a crise financeira, mas sua capacidade de recuperar as economias daqui em diante é limitada: o Bank of America estima mais de 700 cortes nas taxas de juros e cerca de US$ 12 trilhões em flexibilização quantitativa desde 2009.
As taxas de juros negativas já são responsabilizadas por afetar os bancos, enquanto as mudanças demográficas, níveis recordes de dívida, transformação tecnológica e desalavancagem bancária diminuem o poder de fogo da política monetária. Isso deixa políticos sob pressão para afrouxar a política fiscal na próxima vez que problemas atingirem a economia mundial.
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