Bolsonaro diz que estudará separar Ministério da Segurança e deixar Moro só com Justiça
Bolsonaro disse que se a mudança de fato ocorrer, os ministérios da Justiça e Segurança Pública irão retomar os perfis que possuíam no governo de Michel Temer (Imagem: Reuters/Adriano Machado)
Depois de receber pedido de secretários estaduais para recriar o 💥️Ministério da Segurança Pública, o presidente 💥️Jair Bolsonaro confirmou nesta quinta-feira que a possibilidade será estudada pelo governo, mas ressaltou que o ministro 💥️Sergio Moro, que atualmente comanda a área juntamente com a pasta da 💥️Justiça, deve ser contra a mudança.
“Isso tem que ser estudado. Estudado com o Moro. Lógico que o Moro deve ser contra, mas estudado com os demais ministros. O 💥️Rodrigo Maia é favorável à criação da Segurança. Acredito que a Comissão de Segurança Pública (da 💥️Câmara) também seja favorável. Temos que ver como se comporta esse setor da sociedade para melhor decidir”, disse o presidente a jornalistas ao deixar o Palácio da Alvorada 💥️para viagem à Índia, de onde retorna apenas na próxima terça-feira.
Bolsonaro disse ainda que se a mudança de fato ocorrer, os 💥️ministérios da Justiça e Segurança Pública irão retomar os perfis que possuíam no governo de 💥️Michel Temer, e que Moro ficaria com a Justiça.
“Se for criado, aí ele fica na Justiça. É o que era inicialmente. Tanto é que, quando ele foi convidado, não existia ainda essa modulação de fundir com o Ministério da Segurança”, afirmou.
ao deixar o cargo de juiz federal no Paraná para aceitar o cargo de ministro do governo Bolsonaro, uma das condições de Moro foi a ampliação dos poderes do Ministério da Justiça (Imagem: Reuters/Adriano Machado)
Na verdade, ao deixar o cargo de juiz federal no 💥️Paraná para aceitar o cargo de ministro do 💥️governo Bolsonaro, uma das condições de Moro foi a ampliação dos poderes do Ministério da Justiça para abarcar novamente a área de segurança pública.
O então juiz tinha a intenção de fazer avançar o pacote anticrime e as chamadas 10 medidas contra a 💥️corrupção, propostas pelo 💥️Ministério Público.
Moro queria, inclusive, mais do que reunificar os dois ministérios e tentou levar para sua pasta o Ministério da Transparência, que incluía a Corregedoria-Geral da União, e o 💥️Conselho de Controle de Atividades Financeiras (💥️Coaf) — o que não conseguiu.
Moro queria, inclusive, mais do que reunificar os dois ministérios e tentou levar para sua pasta o Ministério da Transparência (Imagem: Reuters/Adriano Machado)
No governo Temer, o Ministério da Justiça tinha apenas as secretarias de Justiça, do Consumidor, Antidrogas e a 💥️Fundação Nacional do Índio (💥️Funai).
Dos departamentos vistos por Moro como essenciais no combate à corrupção, o MJ contava apenas com o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), que faz a intermediação de investigações no âmbito internacional, mas não tem poder de polícia.
Ministro à época, Torquato Jardim terminou relegado ao ostracismo, enquanto 💥️Raul Jungmann, que assumiu a Segurança Pública, se transformou em figura central do governo.
Uma reestruturação do tipo tiraria de Moro todo o poder de influencia no combate à corrupção, foco do ministro ao aceitar o cargo, já que não poderia contar com a 💥️Polícia Federal, por exemplo, e nem caberia a ele negociar medidas anticrime no 💥️Congresso.
Também tiraria de Moro a área que o ministro mais tem usado para enumerar seus feitos. Sucessos no combate ao tráfico de drogas e armas e a redução no índice de homicídios são hoje seus principais temas, inclusive nas 💥️redes sociais.
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