Após um vírus derrubar o mercado de petróleo, Opep busca um equilíbrio mágico

Petróleo

Após um breve repique, tanto o 

Preços Semanais Brent

A forma como a Opep atua é quase sempre a mesma: caos total e discórdia no primeiro dia; no segundo, incrível e repentina solidariedade; logo em seguida, anúncio de racionamento do produto, provocando uma alta do mercado, ainda que ligeira.

Assim, conforme nos aproximamos do segundo dia da reunião da Opep – que desta vez é uma “reunião técnica” entre os 13 membros originais do cartel liderado pela 💥️Arábia Saudita e 10 aliados sob os auspícios da Rússia –, não seria demais esperar mais do mesmo da velha e desgastada cantilena do grupo.

Também não devemos ficar surpresos em ouvir, antes do fim do dia, o ministro de energia da Arábia Saudita, Abdulaziz bin Salman – que não está na reunião, mas obviamente a está acompanhando em tempo real através das informações dos seus representantes –, tentando assumir o controle da narrativa perdida na terça-feira.

Sede da Opep, em Viena

A verdade é que a Opep acaba conseguindo, com o tempo, obter o preço que deseja para o petróleo através da restrição de oferta, diz o colunista Barani Krishnan (Imagem: REUTERS/Leonhard Foeger)

Desde que iniciou seu mandato à frente do ministério, após o ataque terrorista de setembro contra instalações petrolíferas do seu país, o príncipe Abdulaziz concluiu a quase impossível abertura de capital da petrolífera estatal Saudi Aramco .

Antes mesmo da atual crise, o ministrou saudita anunciou, em dezembro, um ambicioso corte de produção da Opep+, que poderia retirar do mercado 2,1 milhões de bpd, ou 2,1% da oferta mundial – uma promessa que ajudou os preços do petróleo a encerrar 2023 com sua maior valorização em três anos.

💥️O desafio agora é diferente para a Opep

Mas a epidemia de coronavírus gera um problema totalmente diferente para o príncipe saudita.

Como dissemos no artigo de ontem, ao contrário das quedas passadas do petróleo, quando o excesso de oferta sempre era o problema, a crise atual do coronavírus tem mais a ver com a demanda ou, melhor dizendo, com a falta dela.

Do ponto de vista saudita, a demanda anêmica faz com que haja excesso de petróleo no mercado, não deixando outra alternativa ao reino a não ser cortar ainda mais a produção.

Mas a derrocada atual dos preços é diferente da ocorrida durante o crash de três anos provocado pelo shale oil dos EUA, que teve início em 2014 a partir do excesso de óleo barato.

A demanda petrolífera está desaparecendo a uma taxa aterrorizante, tudo por causa de uma fonte, a China, que é a maior compradora da commodity.

Preços Semanais WTI

E o que o cartel ainda não entendeu é que se trata de uma crise de demanda, e não de oferta. A Opep ainda parece estar fixada na ideia de que o problema é o contínuo excesso de abastecimento do qual ela pode se desvencilhar.

Sem uma indicação concreta do quão grave pode ficar a queda de demanda petrolífera na China, a verdade é que a Opep está atirando no escuro, ao dizer que vai cortar “x” barris de petróleo.

O temor do mercado é que, no fim das contas, os esforços da Opep não sejam suficientes, e a demanda chinesa despenque ainda mais do que o cartel prevê.

Mas é difícil criticar a Opep pelo que ela está fazendo, porque não existe nenhum outro truque para fazer o mercado voltar a subir a não ser provocar o racionamento do produto.

A melhor esperança da Opep é reduzir a oferta de petróleo até atingir o equilíbrio com a demanda mundial e chinesa.

Portanto, a palavra mágica que o cartel está buscando basicamente é: equilíbrio.

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