BV investe R$ 80 milhões na plataforma de antecipação de recebíveis Weel
O investimento revela a percepção de como o nicho de empresas médias ainda é precariamente atendido pelo sistema financeiro tradicional (Imagem: Reuters/Aluisio Alves)
O 💥️BV, ex-Banco Votorantim, anunciou nesta quinta-feira um novo investimento de 80 milhões de reais na Weel, plataforma de antecipação de recebíveis, numa aposta para elevar a participação no nicho de empréstimos para empresas médias.
Além do aporte, o banco vai ampliar o funding para a Weel em até 800 milhões de reais.
O movimento ilustra como o BV, especializado em empréstimos para compra de automóveis, está casando duas de suas prioridades para acelerar o crescimento das receitas nos próximos anos: empréstimos para empresas menores e investimentos em fintechs.
Esta estratégia foi descrita pelo BV, controlado pelo 💥️Banco do Brasil (💥️BBAS3) e pelo Grupo Votorantim, no prospecto preliminar da sua oferta inicial de ações (💥️IPO, na sigla em inglês), apresentada no início dessa semana.
O investimento está sendo feito por meio do braço de inovação do banco, BVx, que tem participações e parcerias com startups de energia renovável, educação e finanças, incluindo 💥️Guiabolso e 💥️Pravaler.
Segundo o diretor de estratégia e inovação do BV, Guilherme Horn, o investimento revela a percepção de como o nicho de empresas médias ainda é precariamente atendido pelo sistema financeiro tradicional.
Emprestar recursos a empresas pequenas virou mais recentemente o novo centro da disputa entre bancos e 💥️fintechs, após uma onda de bancos digitais terem se concentrado sobretudo no crédito a pessoas físicas.
No ano passado, o 💥️Nubank e o 💥️Banco Original, enquanto fintechs de crédito, passaram a abrir contas digitais também para pequenos empreendedores, ao perceberem que muitas pessoas físicas tomavam empréstimos para investir em seus negócios. Além disso, empresas de pagamentos, como Cielo e Stone, estão gradualmente oferecendo mais crédito a empresas.
“Estamos vendo que há demanda por parte das empresas, mas que ela ainda não é bem atendida pelo mercado”, disse Horn à Reuters.
Criada em 2015 em Israel pelos brasileiros Simcha Neumark e Shmuel Kalmus, e pelo norte-americano Russell Weiss, a Weel oferece recursos de capital de giro para empresas com faturamento médio anual em torno de 2,5 milhões de reais.
A fintech usa inteligência artificial e big data para definir tanto o perfil das empresas que pedem antecipação de recursos quando das que efetuam o pagamento e afirma fazer todo o processo em poucos minutos, com taxas para tomador em média 21% menores do que as cobradas no mercado.
O modelo ganhou tração rapidamente. Após ter feito 150 milhões de reais em antecipação de recursos em 2018, no ano passado o valor subiu para mais de 700 milhões de reais.
O interesse de investidores vem crescendo na mesma intensidade. Em abril do ano passado, apenas três meses após ter recebido 6 milhões de dólares em aporte liderado pelo BV, incluindo os fundos de capital de risco Monashees e Mindset Ventures, a Weel anunciou outro aporte, este de 30 milhões de dólares, da gestora de norte-americana Franklin Templeton.
Para Neumark, fundador e presidente da Weel, o novo aporte vai ajudar com a expansão das operações, chegando a todos os Estados do país, ante 21 atualmente, enquanto já faz planos para explorar outros mercados na América Latina.
“Nosso plano é logo mais chegar a Argentina e México”, disse Neumark.
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