Rumo Logística terá um 2023 mais incerto, diz Credit Suisse
Além da curva: fatores internos e externos dificultam previsões para a Rumo (Imagem: Divulgação/Rumo)
💥️Embora os números do quarto trimestre, divulgados pela 💥️Rumo Logística 💥️(RAIL3) na quinta-feira (13), estejam dentro do esperado, as 💥️ações são precificadas mais pelas expectativas do que por fatos consumados. E, neste ponto, quem investir em seus papéis pode esperar bastante volatilidade nos próximos meses.
É o que afirma o 💥️Credit Suisse, em relatório assinado pelos analistas Felipe Vinagre e Alejandro Zamacona. O que mais chamou a atenção da dupla foi a ampliação do intervalo do ebitda estimado pela Rumo para 2023.
No guidance (conjunto de metas divulgadas) publicado com o balanço trimestral, a companhia estabelece uma faixa de R$ 4,15 bilhões a R$ 4,65 bilhões.
Segundo o Credit Suisse, a “boa notícia” é que o ponto médio desse intervalo, R$ 4,4 bilhões, é bem próximo do consenso do mercado. A má notícia é que a diferença de R$ 500 milhões entre o menor e o maior valor não agrada, pois mostra que a empresa não sabe exatamente o que virá pela frente.
O banco lembra que, no guidance de 2023, a faixa era mais estreita – R$ 300 milhões –, o que permitia maior precisão na análise da companhia.
Baixa visibilidade
Entre os motivos que deixam a companhia mais expostas às incertezas, o Credit Suisse lista desde fatores externos, como o impacto do 💥️coronavírus sobre a economia mundial, eventuais resquícios da 💥️guerra comercial entre 💥️EUA e 💥️China (que pode afetar as exportações brasileiras de soja), até fatores internos, como a conclusão da pavimentação de importantes rodovias, transferindo a carga dos trens para caminhões.
Problemas: guerra comercial e coronavírus podem atrapalhar transporte de soja brasileira (Imagem: REUTERS)
Há, ainda, problemas da própria Rumo. O mais importante, segundo os analistas, é a queda dos contratos do tipo “take-or-pay”, em que o cliente é obrigado a pagar, mesmo que não utilize os serviços. Vinagre e Zamacona observam que esses contratos estão abaixo da média histórica da Rumo.
“As incertezas mencionadas anteriormente, em conjunto com a baixa exposição a contratos take-or-pay devem trazer uma volatilidade maior que a usual nos resultados trimestrais de 2023”, diz o banco.
Dentro dessa lógica, a instituição espera períodos em que a Rumo apresente picos de tarifas e volume transportado, quando o poder de barganha estará do seu lado. Porém, nos períodos de transição entre safras, o poder de negociação se inverterá, e os clientes poderão pressionar por tarifas menores.
Como última nota de confiança, o banco observa que a Rumo começa 2023 com uma boa situação de caixa e endividamento sob controle, após os maus resultados de 2018.
Com a dívida líquida equivalente a 1,8 vez seu ebitda, a empresa está “com bastante poder de fogo para financiar seu ambicioso plano de investimentos”.
O Credit Suisse não fez menções a mudanças na sua recomendação para os papéis da companhia. O preço-alvo proposto é de R$ 24, ante a cotação de R$ 23,80 do fechamento de quinta-feira (13). A recomendação é de outperform, isto é, desempenho esperado acima da média do mercado.
💥️Veja, a seguir, a íntegra dos resultados da Rumo.
💥️Veja, a seguir, o guidance da Rumo para 2023.
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